quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

it's only the beggining

e os legados que deixamos, histórias pra contar. afinal, pra onde foram as palavras? perderam-se no tempo, todas interminadas. páginas de histórias que rasgamos, queimaram na memória. nada acabou. nesse ano que vem, o que nos aguarda é totalmente incerto, não nos cabem previsões, expectativas, garras. nada nos cabe além do tempo, dos anos de nossas vidas, dos erros, e ocasionais acertos. digo e repito, o que virá é muito maior que nós, ou que qualquer coisa que nossa imaginação tente prever. pode ser um final, mas é somente o primeiro de muitos que anteciparão novos começos.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

and there's nothing else left

não pararia de sonhar. dada as circunstâncias, alguma coisa nas noites frias e nos dias quentes demais guarda restos que se espalham quando soprados e se reúnem nos cantos. mas não é nas esquinas da vida que você se esconde. não é dentro de cômodos fechados, de portas trancadas. são de olhares pra baixo na varanda enquanto o pensamento alterna e a consciência hesita, quando a voz soa alto demais, no perigo da negação. e o que há de errado, agora, mesmo que esteja longe demais, se abriga em mim, somente em mim. e remexe todo dia de manhã, quando os pés tocam o chão frio e despertam a alma, despertam imagens que acompanham o ritmo, alternando em ciclos previsíveis de tudo o que decorei de você.

sábado, 25 de dezembro de 2010

i am free

as vozes que partiam dos bancos da frente não chegaram propriamente aos meus ouvidos. perderam-se na atmosfera, enquanto meu braço esticado pra fora batia contra o vento. era o fim e o começo de mim. nada mais parecia ameaçar. transbordei por onde consegui saída. agora não importava mais, nada importava mais, a batida passava pela mente devagar, e da minha maneira eu poderia dizer que eu tinha tudo o que precisava, mesmo que tão errado, mesmo que tão distante. chame de inesperado, chame do que quiser. eu depois de tanto tempo, caminhava em paz comigo mesmo.

thank you thank you thank you thank you

hoje é natal. tempo de pensar em família. e família vem de todos os tipos e tamanhos, e vocês foram uma grande família pra mim, esse ano todo. ouviram minhas chatices, me deram cafuné, notaram quando alguma coisa estava errada. me entenderam, acreditaram em mim, ficaram perto nos momentos mais complicados, não deixaram que meus erros tomassem proporções maiores, jogaram água na minha cara, derrubaram branquinho na minha calça, tacaram meu cigarro no chão, cantaram músicas fáceis, jogaram palavras lindas, fecharam os olhos, me deram abraços, me deram vodka e me deram as mãos. o mínimo que eu posso fazer é agradecer. agradecer a dessa e o jeito que entrou em minha vida, a effy por toda a paciência amor e compreensão, ao cook, por ser simplesmente indispensável, a yris e as nossas coincidências, a thais, por todas as palavras que fincam no peito e me resgatam devagar, a thaisinha e todos os dialetos que inventamos, a loryne e a nossa inseparação, a gaybs e por todos os laços que amarramos bem apertados entre nós, a rebeca e por toda sua loucura, ao gabri e por todas as reviravoltas, a tatiana, a isabella, a luana e o philip, o cassettare, yasmim, anninha, o alex, o marcus, o kaio, o vini, o boça, a karina, o gustavo, beloto, a julia e todo o nosso amor, cintia, a linda da mayarinha, a mari, a pequena e toda a paciência e carinho, anne, cout, amends. eu amo muito vocês, tanto que é quase impossível descrever.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

I got trashed, I'm sorry

talvez tenhamos tido o que procuramos. o que se desfez, se desfez tarde demais. agora eu consigo entender em partes o que eu fui, o que você foi, o que nós fomos. agora, se resume a nada. uma bala romperia minha carne, da mesma forma que romperia com a sua. a diferença é o modo como qual aguentaríamos a dor. não sei por que eu sou assim, e eu posso dizer, repetir o quanto quiser, falar por mim mesmo que, no final das contas "eu não sei por que eu sou da maneira que sou. alguma coisa me faz odiar tudo. tudo".

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

works out for the best

histórias com começos amargos e desfechos um pouco mais doces. e piadas, palavras que tento lembrar enquanto o olho fechava devagar e profundamente. a doçura da perdição na inconsciência uma última vez do ano, pra marcar com todas as garras, e selar com todo zelo o que foram nossas histórias em 2010. amores que deram errado, amores que deram certo, cigarros, álcool, segredos, cais, pílulas, perdição, abraços, choros, beijos, tapas, palavras, tendências suicidas, e olhares que varam a paisagem, envoltos no vento. porém, nada ainda acabou. o que tem pra vir daqui pra frente, é muito maior do que tudo que vivemos, muito maior que nós. e é apenas uma questão de tempo pra que a linha que dividirá nossas vidas apareça. aguardem, o futuro tende a não decepcionar.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

pink floyd, cigarros franceses & melancolia

talvez essa seja a maneira certa em que as coisas se desdobrem no final. as garantias, escassas, se perdem em previsões. e pela noite olhar as luzes que caem sobre janelas, contrastando com um horizonte escuro. talvez ao amanhecer se tornem amarelas, ou mais tarde o pôr-do-sol as pinte de tons de laranja. pode ser cedo, mas porque tudo se desenrola num ritmo frenético, como se fosse tarde demais? sei em partes o que compõe o fim. sei que haverá a brisa, haverá o céu, haverão memórias. talvez estrelas, talvez não. a incerteza cria um pânico que se assenta em mim, misturando-se nas entrelinhas em que segue o meu viver.. não assusta, apenas... apenas existe.

domingo, 19 de dezembro de 2010

beyond

não eram todos os dedos que estavam atrelados. eu segurava um ou dois enquanto você se deixava levar pelo caminho que eu fazia. nenhum de nós tinha absoluta certeza quanto ao destino, quanto as escolhas, quanto aos erros. seria pedir demais que por pelo menos alguns segundos as coisas caminhassem calmamente? seria fácil se não antecipássemos despedidas, ou prorrogássemos o inevitável. nada mudaria. as cores continuariam fortes da mesma maneira de sempre, e o que restaria seria facilmente entendido. e ao voltar pra casa estaria frio lá fora, apesar do calor que faz aqui dentro.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

it’s just on the tip of your tongue, and you're so silent

mentiria se dissesse que ao partir não olhei pra trás. a batida nos passos no chão molhado demais, e lágrimas barradas. um cigarro que apagou. partiria na primeira oportunidade, pra qualquer lugar longe de casa. rápido demais, perdendo meu tempo. e você não barraria nada de cair, por simples opção. não quero nada agora, porque nada preenche a sobra que há em mim, e a sombra desenhada no chão, por ora, parece o bastante. parece segura e certa, longe da dimensão de incertezas. porque agora, talvez... o caminho a percorrer perde-se na minha inconsciência, me adormecendo parado, pra não ter que escolher nada mais.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

these are tips for traveling on your feet

pernas que se arrastaram devagar demais, na correnteza sóbria, na brisa fria. ouviam suspiros altos demais, em gritos de raiva, gritos de dor. e a febre que vem com a idade. dedos não alcançam respostas, afastam-se em saídas prorrogadas. correm macas, que sucederam a hostilidade do momento. se deram do jeito que se deram, desde sempre têm sido tarde demais. tarde demais pra pensar em reconsiderar, porque nada explica, nada repara, nada vem à superfície. o que uma vez me imergiu, não me faz voltar mais.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

we were special

e palavras simplórias que racham e caem em partes. provocam ruídos quando tocam a pele, semeando feridas incuráveis - rasgos na alma. chame como quiser, pois todos os meus adjetivos esgotaram-se. olhe nos meus olhos e diga que não fez nenhuma diferença. o que flutua na água, embalando-se num interminável ritmo, que joga tudo devagar. à essa altura das nossas vidas, não importa mais onde paramos. eu escorrego na mesa devagar, e as lágrimas correm. não é isso que eu quero mais pra mim. porque pela primeira vez em muito tempo, eu sinto a culpa se ausentando de mim. mas mesmo quando não é minha, machuca, lenta e fortemente. e dessa vez, quem estragou tudo foi você.

domingo, 12 de dezembro de 2010

don't you dare dropping one fucking tear

e os que cercam em neblinas errôneas me embaçam. embaçam meu eu em você, abaixam os olhos escuros procurando chão, procurando apoio. por outro lado, me banho em desespero. paraliza a circulação das veias subitamente. já não é mais possível ver o que espreita atrás. a garganta sofrida parece forte - mas longe do suficiente de juntar as letras, chamando você. faz calor lá fora, mas aqui faz frio demais. e todo vento gelado na janela trás pra mim a lembrança do que me falta. não são cigarros, nem amor, pílulas ou alcóol. o que me falta talvez seja totalmente abstrato e indescritível. e tudo impregna pela pele, onde o sol deita quente em dias vazios, traduzindo nos movimentos dos dedos que batem contra o vento, a sensação da vida incerta demais.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

would it change anything? no

eu prefiro não ver. preferiria estar dormindo agora se você possível. correr pra longe da sua realidade, deixando as pontas dos dedos secas, as superfícies geladas. porque se perdem em respirações tranquilas, em silêncios incomuns. e na melancolia inexistente da partida, pra que hesitar? não vai ter ninguém quando eu olhar pra trás.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

no more sunshine rising

e onde está afinal o meu direito de revogar sobre tudo isso? penso se sou a única pessoa que vejo as coisas como elas deviam ser - não como são. tudo se torna errado, prestes a exaustão. o caos parece calmo, certo, sereno. me pergunto o que me fez desistir. são melhores dias cinzas, quietos, melancólicos. totalmente preenchidos em rotinas interminavéis de expectativas. apago todas antes de apagar a luz do meu quarto, um pouco tarde demais. desisto, completo e são. me recuso a acompanhar a irritante sequência dos fatos. estou completamente perdido, e cessei todo esse jogo antes que ele me levasse mais uma vez, longe demais do que eu chamo de casa.

sábado, 4 de dezembro de 2010

sonic youth, sonic dreams, suicidal tendences

na volta pra casa, me deixaram uma trilha de pílulas. cansei de pisar sobre restos - quando amassados, parecem piores do que já eram. reler a lista de pedidos enquanto corro pra longe. o papel amassado se mistura em minha mão, queimando as palavras devagar. a chuva os apaga. nunca serão cumpridos - peçam que eu vá longe demais, que eu sonhe demais, ame demais. deixo-o cair livre e espontaneamente. acabei não provando nada a ninguém, a cama parecia acolhedora demais. seria tão horrível desmontar tudo isso? o papel rodopiou e caiu poucos metros a minha frente. jaz com você, em baixo do forro da minha cama - longe demais, onde os braços não alcançam, não alcançam mais.

lock

talvez no fim a história se repita. quem sabe eu fuja, mas não no sentido figurado da palavra. talvez eu pegue um trem pra qualquer lugar, de olhos fechados. pra qualquer lugar que não desperte memórias, não remexa sentimentos. talvez eu me esqueça de você. esqueça de lugares e finalmente não vou temer. não vou temer pelo que foi, pela maneira que começou e se sucedeu. não vou temer por não ter conseguido dar um ponto final digno a história. porque a verdade sempre foi que, no fundo eu sempre tive medo da dor.

and you, you keep holding on to my lonely parts

cercado por metralhadoras, espreitado por perigosos olhos. fechar os olhos e adormecer em poucos segundos. parece fácil esquecer todas as interrupções, todas as intervenções da realidade. todas as palavras, cenas, toques, cheiros. parece fácil esquecer os pulmões. talvez seja aí que seus braços me apanham devagar, durante a minha inconsciência. isso não é nenhuma mentira. talvez soe como ilusão, mas afinal, que mal tem? olhar no espelho de madrugada e afogar quando a cabeça cai pra trás. na luz amarela, dando tons ao ambiente desolador, sozinho, vazio. por vezes eu grito pra me certificar de que não perdi a sanidade novamente. pra me certificar de que não faz eco. pra te lembrar da urgência da sua presença me arrastando pra longe, em beijos doces, longos, quietos, certos, frios, macios. em lábios intocáveis. envoltos na mais completa atmosfera onde tudo leva a exaustão, aproveitar enquanto você não tem que partir... outra vez.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

what the hell are you talking about

na verdade, não sei porque isso me irrita. não é opcional, e acaba sendo inevitável. palavras rudes, grosseiras e sem porque nunca foram do meu agrado. cabe a mim apenas se acostumar - o tempo com certeza vai acabar assentando minha raiva, como aconteceram outras vezes. porém, isso não faz do fato menos digno de atenção - pois afetar do jeito que afeta é realmente preocupante. me deixa na beira da total perca do controle. o jogo pode ter virado pra você, mas pra mim continua a mesma coisa: desnecessário, cansativo e insignificante. talvez o vento desprenda esse problema quando eu menos esperar. porque, não importam as circunstâncias, tudo morre, estraga, desintegra, cansa, foge. e conosco, nada disso poderia ter sido diferente.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

time is against me now

parei de acreditar que as coisas eventualmente se recuperam. feridas profundas deixam cicatrizes que ameaçam nunca desaparecer. parei de acreditar no que me fez forte, ou plano. nada mais existe, de qualquer maneira. dessa vez, a decisão não é minha: o mundo gira da forma que gira, e machuca. abraços recusados machucam, cheiros machucam, memória machuca. e qual é a razão de tudo isso afinal?

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

to promise myself that

chove. chove demais, excede demais. desgasta demais, enferruja o portão malcuidado, deforma o papel que temi escrever. fazem janelas fecharem, pessoas correrem. limpa, da mesma forma que suja, borra, desmancha. me lembra como eu existo, cometo erros, fumo, amo demais, me arrependo - sorrio mentiras de qualquer maneira. talvez a água caindo do céu acabe me lembrando mais. que por mais que eu me sinta invencível, sou tão vulnerável como qualquer um. me lembra que eu me odeio. odeio meu rosto, meus ossos, minhas mãos, minha voz. que eu odeio árvores que são retorcidas demais, do que cai sem porque. que eu amo pessoas e suas mudanças, o bagageiro de caminhonetes, a frigideira fritando devagar, as janelas abertas, a sombra da cortina, palavras sem sentido, frases fáceis, falta de sorrisos e sorrisos que vêem fáceis demais. que eu amo comida mas odeio comer. em linhas gerais, me lembra de quem eu acho que sou, e que eu não sei de nada mais.


at last

estou cansado de andar. cansado de palavras e pitadas de você, cansado de climas ruins, dias sem vento, dependência e lágrimas sem sentido. todas me parecem sem sentido nenhum agora.

sábado, 27 de novembro de 2010

and I break everything I touch

me pergunto se já pararam pra pensar de outra maneira. olhando pra mim, nos meus olhos - pelo menos uma vez - saberiam que o que fazem machuca. destroça. não há nenhuma maneira viável de desmentir o que se descobre em mim. de qualquer maneira, já pareço acostumado com a sucessão de merda atrás de merda. já pararam pra pensar em como é realmente difícil ficar sozinho? não quero ser a vítima ou o vilão. só quero ficar longe de toda essa embromação, porque eu já vi esse filme antes. e no fim, nada acaba bem.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

because I often forget

são gostos, apenas toques. talvez realmente tenha me feito feliz algum dia. o que sucedeu foi pior, mas de certa forma compensou todo o passado. se esconder em ralos. imergir em completa paranoia. descobrir coisas desse porte totalmente sozinho parece uma tarefa para poucos. o mar de alvenaria parece calmo agora, estabelecido uma outra vez. algumas memórias ainda entalam na garganta. escadas, lágrimas, o vento soprando rápido demais. quando eu me distraio, eu esqueço. esqueço do que fui, do que virei a ser, do que fiz, do que entendi como certo, do modo que tentei fazer as coisas certas. mesmo que de forma vaga e totalmente falha, a intenção a princípio foi essa. fazer as coisas valerem sem nem mais nem porque, totalmente incertas.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

all the stars may shine

hesitar quando chego a porta. virou rotina desconsiderar palavras que parecem meio perdidas no vento que nos envolve. me pergunto como isso sequer começou - se as rédeas escaparam das mãos. parecem enfraquecidas demais, notavelmente esquecidas. penso no que importa, nos restos que sobraram, nas cinzas que queimei. as guardei por muito tempo, tempo demais. o momento parece oportuno pra largá-las espalhadas pela brisa. tenho tanto em pouco tempo pra dizer.. e me encontro no mais completo e perigoso devaneio.. se os olhos girarem devagar, que girem. as mãos frias, os braços fortes, o passar dos dedos acariciando os cabelos, as palavras em demasia, as instruções que acatei.. num sumo resumo a rotina parece mais fácil do que sempre a julguei.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

i'm calling back to

e então, onde paramos? na sua esperançosa decisão, ou nas ruínas que me cercam? talvez seja plausível decidir pelo mais cômodo. mas qual a razão disso agora? apagar os desenhos que fiz pra me distrair, parar a roda gigante no ponto mais alto e ficar frente a frente, pra decidir quem vai fugir? eu do lado de fora da janela olhando você sentada na cama dentro, com um mundo de distância. parece errado, completamente errado - mas talvez nunca tenha sido certo, ou prometido pra ser. cabe agora ver as coisas como são, esmagar sonhos, rasgar esperanças.. fazer em pedaços pequenos o que foi e esconder no fundo da gaveta. longe demais dos olhos, do pensamento ou de nós..

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

hated because of great qualities

desculpas secretas que eu esqueci. eu sei que somos limitados a esquecer. eu me preocupava por talvez estar sendo rude com você.. tão preocupado que no fim acabei sendo. é uma mentira pra servir a verdade. e eu ainda sou o culpado. eu errei. então que seja assim. em todos os lugares e tudo que você já tocou. cortar não resolverá. não há nada a se fazer. você se lamentou por eu estar sozinho, se lamentou tanto que fugiu. fingindo pra mim mas você já sabia, isso não significou muito, então que seja assim. eu simplesmente não consigo entender isso.. são assuntos diferentes, sentimentos incertos, eles nunca devem ser discutidos aqui. então mantenha isso pra você mesmo, como eu já mantenho pra mim.

love despite of great faults

você se moverá comigo e ficaremos parados, com palavras se movendo ao nosso redor. nos envolverão em ouro e nosso mundo será silencioso. você vai nadar até mim, e seremos livres. e as palavras se moverão ao nosso redor, nadarão ao nosso redor, nos envolvendo nos corredores da escola. e em nosso descanso, nós seremos lembrados. de que você recusou a se apagar, eu me esconderei pra permanecer o mesmo.. pra onde fomos daqui, eu não sei. pra mim, você escolherá flores, eu cai pra ser notado.. e pra onde fomos daqui eu não sei. é um tempo, uma maneira de vida. os únicos segredos que conversamos, foram todos os medos.. em todo esse tempo que ficamos juntos.

hey dr. strangeluv

preciso de uma cura. cura pra amores que não deram certo, pra arrependimentos, por não conseguir fazer a coisa certa. preciso de remédios, remédios que levem embora a ignorância e a minha falta de sorrisos, de vacinas que me façam poder recomeçar sem remorso nenhum quando olhar pra trás. que não doam, não dopem, só alterem. que dispensem a presença de gases, a ausência de álcool pra fazer efeito. que não façam mal depois, que não causem dependência, que só necessitem de uma dose. me pergunto se eles fariam você me ver através da janela, através do caos. espero que sim. seriam eles que fariam as respostas parecerem mais claras? mais próximas?.. confirmariam pra mim que o que cultivamos agora é muito mais intenso e saúdavel do que antes? queria conseguir olhar pros olhos melancólicos e sentir que a culpa, o grande gatilho que disparou pra todo lado, não partiu de mim. e que as lágrimas quando escorrerem, em sua essência, não contenham nada de mim.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

when you leave me

a cama vazia, a mente acordando. não disse nada. de qualquer maneira, não adianta mais. preciso de luas e estrelas, um punhado de felicidade. por mais que a solidão doa, ela tem uma razão de existir. meu olhar cruza o céu devagar e com as costas contra o parapeito, escorrego lentamente ficando de cabeça pra baixo. mesmo mudando o meu modo de ver, as coisas permanecem as mesmas - perigosas. tive tempo demais pra falar sozinho, imerso em negatividade. levaram tudo. me parece que só o que restou foram meus passos suaves pelo corredor escuro, e as mãos flutuando em perfeita coreografia. permaneço estático, mas confesso que dessa vez, dessa vez eu desisti.

domingo, 14 de novembro de 2010

my lazy blood

talvez você poderia me encontrar ali perto do campo de futebol. agora mesmo, era o que eu mais queria. queria poder dizer o adeus que você espera, sem interrupções. tudo foge rápido. e eu me lembro quando o sol nasceu e eu tive que partir. algumas coisas são impossíveis de se entender, são incompreensíveis a minha jovem mente, e acho que o mesmo acontece com você. queria que alguém respondesse quando eu chamasse, e se importasse mais uma vez. são duas e meia da manhã e não sei mais se isso é tarde pra você. vejo os papéis voando pela janela, ou o caminho de volta sendo alterado. vejo o que produz o barulho em ressoada quando a hora vira, vejo o álcool, os remédios, o muro baixo. vejo os cigarros e vejo mais garrafas, vejo lágrimas. não sinto toques no ombro, e não ouço nenhuma voz que tenta me tirar desse pesadelo. queria ver você quando acordasse e não ter que disparar a falar sem pensar porque você manteve seus planos. talvez eu tenha fugido antes de você.. talvez sua concepção nunca mude. talvez permaneça assim, e isso não é culpa do destino. não existe liberdade, não existem escolhas.. porque se eu pudesse escolher, nada estaria assim.

sábado, 13 de novembro de 2010

tout (fascination ends, here we go again)

se você ao menos pudesse contar tudo que você vê ou sente, nos mínimos e mais criteriosos detalhes. se fosse assim, talvez assim. mas você já correu pra muito longe. pra onde os olhos não vêem nem as mãos alcançam. o caminho é árduo demais. sequer o percorri inteiro. me lembro do barulho dos seus passos diminuindo conforme eu parava pra respirar. ficou tarde demais, escureceu. o que me resta agora é voltar pra casa. e não sei se deveria esperar que você batesse na minha porta daqui alguns dias. talvez, só por precaução, eu a tranque desde já.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

into the light/not in love

o ano já está no final. são facilmente recordáveis os minutos em que me tive você. as mãos macias, não era amor. não, não era. era mais complexo e melhor que amor, era certo. pela primeira vez não doía, não havia pressa, não havia preocupação. te tive em meus braços enquanto se esforçava pra que eles não te deixassem sair. foi mútuo, suave.. calmo. foi eu e você, simples e puramente. não houveram lágrimas, preocupações, não houve futuro ou passado.. sequer houve o presente. tudo se tornou imóvel, quando nada parecia importar lá fora. queimaram nas luzes devagar, enquanto nos afogávamos numa tentativa desesperadora de libertação. e pela primeira vez na vida, as mãos que deixávamos pra trás pareciam inexistentes por severos segundos em que me perdi em você.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

they don't they don't they don't

o que se estende sobre nós agora? porque o tremor toma meus dedos um por um. os minutos acumulados, todos por trás das horas. não contá-los faz a espera soar mais fácil, suportável. a janela suporta os pés que viram pro lado de fora quando penso em você. virar pra trás pra não olhar pra porta. há sentido no que faço? eu não tenho certeza mais. eu não tenho mais certeza.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

the lights, sweet green dark blue lights

quando inclino a cabeça pra trás e a mão vêm macia de encontro ao meu cabelo, os dedos desenham algo que não consigo advinhar. como não chegam respostas, e de qualquer maneira as perguntas são irrespondíveis. te dou caminhos, e confesso que alguns corrompem a inocência. a calçada molhada a noite molha a sombra que te segue, perturbadora. é apenas um reflexo, não você mesma. me abrace e eu vou sussurrar que tudo ficará bem. não sei se você acredita, ou se ao menos eu repito demais. são assim que os dias se arrastam devagar, baseados na sua destruidora expectativa, sustentada por conclusões que rasgam a pele e culminam o chão de madeira. guardo em mim a silenciosa espera de que um dia suas lágrimas acabem se revelando como uma mera opção, como a mais completa argumentação de que viver é difícil, mas só tende a ficar mais insuportável se a gente complicar.

hear words go past me backwards

você está dormindo, ou simplesmente não quer acreditar. pegue a via errada, andando de costas. as possibilidades de cair são enormes. nada atinge o mundo, em particular, quando você fecha portas. fecha janelas, apaga todas as luzes. se pendurar no parapeito faz com que venha debaixo, os olhos vêem embaixo demais. o que está perto se distancia ao mesmo tempo em que contrasta em ilusões. a sombra montava um carro, vinha na minha direção. desapareceu quando eu olhei de novo. o pulmão sussurra devagar e o cérebro baqueia pra trás, quando já giro nos meus próprios pés. será que você acende a luz da cozinha, escala as paredes, grita meu nome? suplica. seus argumentos caem fáceis, desprendem-se de mim, traçam a rota entre nossos olhares. não importa mais, importa? pelo menos, a cabine do banheiro parece plausível agora. segura demais.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

happy now?

me pergunto se o resultado te satisfez. fechar seus olhos pro resto todo que ficou simplesmente por não aguentar mais. os problemas não acabaram. multiplicaram-se. talvez a sabedoria tenha se perdido no meio da insanidade. gostaria de acreditar em partes que vivemos agora um ensaio da vida.. como ela poderia ter sido se nada tivesse acontecido. talvez minha inocência teria sido preservada, talvez algumas palavras jamais tivessem existido. haveriam partidas, mas o que não as fariam reversíveis? tudo ter caminhado de forma drástica semeou mentes insanas que sem dúvida nenhuma proliferaram, destruindo tudo no caminho. nínguem sabia o futuro. mas eu esperava que você ao menos deduzisse. eu não te odeio, pelo contrário - eu te amo demais. mas você errou, e no fim das contas, acho que essa é a única coisa que consigo enxergar como o motivo de eu ter ficado assim.

or more

corri pro banheiro quando minha mãe abriu a porta de casa. fechei a porta, passando mal e escorreguei no chão gelado. só de pensar que me dei esse direito, de deixar tudo vir. afogo minha cara numa bacia de possibilidades e não pretendo subir de volta. se eu quisesse, o faria simples e puramente, rápido. o que pensam que eu sou, o que eu faço aqui, porque tranquei a porta? acho que agora também preciso de respostas. não que elas façam diferenças, só colocarão fim as dúvidas. machuca saber que isso se passou na sua cabeça. traga de volta certezas enquanto leva uma mala de perguntas. a brisa entra sem pedir licença, o pó deita sobre as prateleiras.. e eu me pergunto: que porra virou isso aqui?

domingo, 7 de novembro de 2010

as a matter of fact, it's all dark

Tudo que você toca, tudo que você vê. Tudo que você prova e tudo que você sente. Tudo que você ama, tudo que você odeia, tudo que você desconfia e tudo que você salva. Tudo que você dá, tudo que você negocia. Tudo que você compra, mendiga, empresta ou rouba. Tudo que você cria e tudo que você destrói. Tudo que você faz, e tudo que você diz. Tudo que você come e todos que conhece. Tudo que você vê passar rápido com todos que você briga. E tudo que é agora, e tudo que já passou, e tudo que virá, e tudo esta alinhado debaixo do Sol.. mas o Sol está em eclipse com a lua.

sábado, 6 de novembro de 2010

everyone is broken

mas não importam as circunstâncias em que tudo cabe. as maneiras, e os baques. nada importa mais. durmo no seu sonho calmo e paro no meio do seu caminho. como se fosse proposital, o empurro pra trás faz meu corpo baquear pra frente. sei exatamente como você se sente, e como seu relógio gira as horas devagar. a parede a noite fica totalmente mal iluminada e não acredito que você não hesite em dizer que sim. em outro quarto os fósforos queimam na mão devagar, talvez seus papéis rasguem fáceis demais. queria entender porque os olhos fecham e quando voltam a abrir, depois de muito tempo contraídos, a mente não muda o que vê. está longe demais e perigoso demais saber pra onde as coisas caminham agora.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

but oh here I am again.

acordar de manhã sem expectativas. o theo amanhece na maioria das vezes no chão. por fim, ele acaba sendo minha grande companhia. quando você fica sozinho, é aí que você começa a imaginar. crio um mundo todo que desaba um pouco depois de eu acordar. a neblina que embaça meu quarto se dispersa facilmente quando a porta abre. e é difícil esfregar a vista e mesmo assim ver que o que sobrou, é o mais completo nada.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

i wish you could believe. but it's too late now

as nuvens cinzas espalhadas pelo céu todo pintavam a superfície de cinza, não deixavam o sol chegar. ameaçavam chover, e choveu. deixei suas mãos um pouco cedo demais pra correr dos pingos, levando o peso de mil palavras nas costas. me deram flores, mesmo que de um jeito suspeito. não havia nada com o que você se importasse, e de qualquer maneira as coisas permaneceriam as mesmas. a tarde, a cena, a grama, tudo parecia errado. a garganta quente demais, mas não o necessário pra que me socorressem. era tudo o que eu sentia, sentir o não ter. a falta do que não se tem, mesmo que não se almeja, é esmagadora. não sei o que significa mais amor, e digo isso sem nenhum exagero. não sei como se expressa, como se guarda, esqueci como se sentem. lembro das pequenas pontadas que ele deu no fim antes de desaparecer, mas é só isso. eu resisti, mas não vêem que eu sou fraco demais. que qualquer coisa pode me derrubar em questão de segundos, como derruba e finjo que não. outro dia, no escuro dos fundos da casa, dois corações quebrados se alojam juntos e trocam olhares, olhares que perduram por não conseguir esquecer.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

really did

não minto quando digo que tentei. a culpa acaba não sendo minha, pelo atraso nas resoluções. ficar encarregado de tudo isso e ver explodir sem mais nem menos acaba deixando essa impressão. é impressionante o modo com que meu estado mental não deixa nada disso me machucar. e o que não machuca, me deixa mais forte. a quem cabe isso agora eu não sei, mas não tenho mais nenhuma razão pra me importar ao ponto de olhar pra trás e ver como tudo ficou. se isso soar egoísta, que soe. é assim que vou seguir.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

see you soon, somewhere

é assim que você se sente? suas mãos, atreladas. suas palavras invisíveis, todas inexistentes, presas no nó sem explicação feito na garganta. a mão não alcança o que está perto, longe demais. durmo imerso no desamor. não ódio, só ausência. arrebatadora ausência que corrói o ferro transformando em cinzas tudo que toca. parece fácil demais assim, desintegrando tudo devagar. acabou sendo o que foi, e espero. espero sem doer, sem expectativas. só.. só, tranquilo, nulo, vazio, como sempre estive. é a partir desse nada que me preparo pra tudo, transformando sem querer tudo o que me acostumei a ter em brisa. o que tenho o vento leva devagar, a água inunda porque o fogo queima e tudo se torna imerso embaixo da terra seca. me pergunto se isso é amor, ou se é prisão. qualquer seja a resposta que eu consiga, não parece importar. estou exausto demais pra desgastar de mim o que não sou, e o que não tenho.

domingo, 31 de outubro de 2010

I'm not in love

talvez o forro da cama tenha perdido todo o encantamento um pouco antes do esperado. lembro das últimas palavras, letra por letra, as últimas palavras que você disse. acompanhadas dos toques suaves dos dedos escorregando devagar. foram as últimas que mexeram comigo. as últimas que antecederam o entardecer antes de você ter que ir embora. seria mentira minha dizer que não sinto falta de nada quando olho pra trás. mas o vazio dentro de mim acabou se tornando abrangente demais, rasgando tudo o que se apropriava. dessa vez, ficarei sólido, gélido, pálido. não vai doer, porque de qualquer maneira, faz muito calor aqui, muito frio lá fora, e o tempo mata tudo devagar.

sábado, 30 de outubro de 2010

pick up the phone

parecia perdida dentro de mim. meu pulmão doía a noite quando eu me contraia tentando esquecer. não sei se me deram meu remédio de manhã, não sei se acordei, não sei se debaixo das cobertas estava quente. a lua pintava as nuvens com cor de luz, acima de mim. debaixo do mesmo céu, sonhando o mesmo sonho. o passo ritmado do relógio de madrugada queimava os olhos, dessa vez cansados. sentei na mesa e pela janela vi os postes, e as casas. todas as janelas misturavam suas cores na mais completa escuridão. joguei todas as palavras fora. acho que sem querer, algo escapou de mim.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

my spine

não haviam recuos no meu sonho. eu me aproximava rápido demais, metralhando todo o amor que me restava na sua face. não houveram recuos. meus olhos fecharam mas eu vi de todos os ângulos possíveis, inclusive quando você fechou os seus também. ás vezes cabe a nossa mente criar o que perdemos, pra acordar de manhã tentando lembrar. depois que acordei, tentei dormir de novo. mas você não estava mais lá.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

yours is in the post

todos esses fins são completamente inevitáveis. meus olhos varam vagamente a cidade procurando por nada, e viram-se pra escada pra ver se você a sobe em busca de mim. talvez machuque mais da maneira que eu pense que machuque, mas agora, talvez.. os sonhos tentam apagar você de mim. a minha dor já foi, a próxima... a próxima é a sua.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

mute

resolvi cessar as palavras. dar um nó na garganta, pra que nada saia. era tarde demais pra falar alguma coisa. tarde demais pra criar perguntas, pra contar histórias, pra tentar qualquer coisa fora do meu alcance. o martelo do tempo bateu forte no chão, criando vários caminhos, várias vertentes: veias que levam a destinos distantes, diferentes. já passou o ponto em que todos nós somos cortados, desembarcando em estações subterrâneas totalmente separadas. as interligações intensas que traçamos parecem ter ficado todas pra trás. o que vejo de novo, quando vejo vocês novamente, parece ser somente ilusão. devo ter criado elas enquanto dormi encostado na janela que balançava calma. meus pés não se moverão nunca daqui por vontade própria, e é estúpido esperar alguém chegar pra me carregar. cheguei aqui cônscio do que fazia, e quando entrei, preso, perdi todos os sentidos enquanto mergulhava na inconsciência. me usei todo e acabei todo machucado e incapaz, depois de travar uma batalha que eu me julgava capaz de vencer.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

because if it goes, you never get it back

"você acaba virando um peso morto pro mundo, de qualquer maneira. pelo menos foi o que se deu comigo. não consegui conter os olhos, ardiam demais. quem sabe eu tenha cansado. sinto que poderia ficar aqui, por dias, sem levantar da cama. não faria diferença nenhuma. o sol cortaria as pequenas aberturas da janela e a noite sumiria, seria simples assim. não seria nada comparado ao caos dentro de mim quando escorreguei pela parede da loja pela manhã. a mais completa paz em mim é simples e puramente impossível. repeti a mesma frase pelo caminho todo, mas nada me parou mais."