as nuvens cinzas espalhadas pelo céu todo pintavam a superfície de cinza, não deixavam o sol chegar. ameaçavam chover, e choveu. deixei suas mãos um pouco cedo demais pra correr dos pingos, levando o peso de mil palavras nas costas. me deram flores, mesmo que de um jeito suspeito. não havia nada com o que você se importasse, e de qualquer maneira as coisas permaneceriam as mesmas. a tarde, a cena, a grama, tudo parecia errado. a garganta quente demais, mas não o necessário pra que me socorressem. era tudo o que eu sentia, sentir o não ter. a falta do que não se tem, mesmo que não se almeja, é esmagadora. não sei o que significa mais amor, e digo isso sem nenhum exagero. não sei como se expressa, como se guarda, esqueci como se sentem. lembro das pequenas pontadas que ele deu no fim antes de desaparecer, mas é só isso. eu resisti, mas não vêem que eu sou fraco demais. que qualquer coisa pode me derrubar em questão de segundos, como derruba e finjo que não. outro dia, no escuro dos fundos da casa, dois corações quebrados se alojam juntos e trocam olhares, olhares que perduram por não conseguir esquecer.
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