sexta-feira, 1 de outubro de 2010

take it away

as memórias de volta. a campainha tocou por tempo demais. talvez todos estivessem dormindo, como de costume. era tarde demais, a rua vazia. me coloquei de frente, mas hesitei. virei as costas sem pensar e saí correndo pra qualquer lugar longe da fogueira. me vi na entrada de outro lugar. as escadas infinitamente cinzas faziam eco enquanto eu esperava a luz apagar. queria saber o porque de tudo isso. porque continua me machucando, mesmo que essa não seja a intenção. confusas demais, as paisagens se fundem na profunda angústia onde me forcei a esquecer todas as palavras. exausto, desisto. volto pro meu universo roxo, facilmente penetrável. quando chega, se espalha como as cinzas se espalham, tomando tudo. o olhar fácil me lembra do tempo em que eu era são. em que os problemas pareciam mais fáceis, quando as coisas machucavam menos. eu não corro mais atrás disso, mas as memórias voltam incorporadas, alojadas, acopladas, expostas. me dilaceram, e acho que você não consegue ver que o problema é justamente eu, e você não vai conseguir me curar nunca tentando estancar e cortando mais e mais.

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