ouvi você no radio de manhã, e quando coloquei a orelha na parede pra tentar ouvir do outro lado. alguma coisa brilhava por debaixo da porta, me amedrontando de abri-la. sinto que eu poderia ficar longe de tudo pra sempre porque falhei, e é um pouco tarde demais pra reparar. talvez o cheiro nunca saia do meu quarto, talvez vocês escolham ir embora. todas as minhas plantas morreram, envoltas na atmosfera exclusiva que tenho que viver. eu tenho que ir embora pra onde me entendam todos os dias, o dia todo. vai chegar uma hora que eu vou desistir de esperar alguém chegar, e vou escolher ir embora. espero não ver ninguém enquanto parto num carro incerto, não só assim. me abraça só mais uma vez, antes de tudo mudar, antes de eu virar um peso morto pro mundo. já sinto a garganta apertar devagar, ao ver você virar de costas e ter que partir.
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