
na descida da rua, as bicicletas aceleravam mais. eu abaixava a cabeça cortando o vento e quase fechando os olhos, imaginava voar.. a liberdade injetada nas minhas veias coloria o céu cinza.. e nada mais me preocupava. tudo parecia sem nenhuma barreira. contornava a rua após uma goiabeira. e mesmo tomado pelo cansaço, tentei adiar o término de tudo isso o máximo que pude.
os braços soltos, o peito vazio, olhos agora bem abertos.
"os cacos da vida, colados, formam uma estranha xícara.
sem uso,
ela nos espia do aparador"
(Cerâmica, Carlos Drummond de Andrade"
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