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sento de costas para a lua, e desisto, mesmo que ainda imóvel. mesmo que meus olhos ainda estejam parados apontando pra direção de que eu tento me desligar. desisto, internamente.
vejo o céu passar do mais escuro, indo do mais claro até as pontas, tomado pelo amarelo, que se mistura ao azul claro. vejo o dia nascer. vejo tudo voltar.
tenho que me levantar e ir embora, e não poderia haver hora mais oportuna. porque como a noite acaba, algumas coisas também mudam ou simplesmente deixam de existir - por mais que sua ausência machuque, cabe a nós encarar que tudo no mundo está em constante mudança. que nada para, que tudo aos poucos se corróe e dá lugar a uma nova cena. por mais que doa a mudança de página, não há dor capaz de me fazer esquecer a página anterior.
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