disparei palavras sem sentido contra o ar pra amenizar o impacto de explosões eminentes. ninguém nunca previu que seria assim. as coisas já se despregam facilmente - e eu já estou indo pra casa. larguei o que pude anos atrás, mas corpos cambaleantes insistiram em me seguir, e eu não relutei. muito pelo contrário, aplaudi a audácia e coragem daqueles que continuaram. entretanto, devemos assumir que a hora talvez tenha chegado pra todos nós. após todas essas décadas, permaneço morrendo e renascendo na varanda, ora um cais, ora uma trincheira. com um cigarro na mão, e um compasso disfarçado, todos nós damos as mãos e acenamos, nos despedindo das antigas nuvens, de estrelas empoeiradas, de uma lua cada vez mais amarela - como se apodrecessem pedaços, todas as noites. me despeço todas as noites como se fosse a última vez.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
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