parei de acreditar que as coisas eventualmente se recuperam. feridas profundas deixam cicatrizes que ameaçam nunca desaparecer. parei de acreditar no que me fez forte, ou plano. nada mais existe, de qualquer maneira. dessa vez, a decisão não é minha: o mundo gira da forma que gira, e machuca. abraços recusados machucam, cheiros machucam, memória machuca. e qual é a razão de tudo isso afinal?
terça-feira, 30 de novembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
to promise myself that
at last
sábado, 27 de novembro de 2010
and I break everything I touch
me pergunto se já pararam pra pensar de outra maneira. olhando pra mim, nos meus olhos - pelo menos uma vez - saberiam que o que fazem machuca. destroça. não há nenhuma maneira viável de desmentir o que se descobre em mim. de qualquer maneira, já pareço acostumado com a sucessão de merda atrás de merda. já pararam pra pensar em como é realmente difícil ficar sozinho? não quero ser a vítima ou o vilão. só quero ficar longe de toda essa embromação, porque eu já vi esse filme antes. e no fim, nada acaba bem.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
because I often forget
são gostos, apenas toques. talvez realmente tenha me feito feliz algum dia. o que sucedeu foi pior, mas de certa forma compensou todo o passado. se esconder em ralos. imergir em completa paranoia. descobrir coisas desse porte totalmente sozinho parece uma tarefa para poucos. o mar de alvenaria parece calmo agora, estabelecido uma outra vez. algumas memórias ainda entalam na garganta. escadas, lágrimas, o vento soprando rápido demais. quando eu me distraio, eu esqueço. esqueço do que fui, do que virei a ser, do que fiz, do que entendi como certo, do modo que tentei fazer as coisas certas. mesmo que de forma vaga e totalmente falha, a intenção a princípio foi essa. fazer as coisas valerem sem nem mais nem porque, totalmente incertas.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
all the stars may shine
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
i'm calling back to
e então, onde paramos? na sua esperançosa decisão, ou nas ruínas que me cercam? talvez seja plausível decidir pelo mais cômodo. mas qual a razão disso agora? apagar os desenhos que fiz pra me distrair, parar a roda gigante no ponto mais alto e ficar frente a frente, pra decidir quem vai fugir? eu do lado de fora da janela olhando você sentada na cama dentro, com um mundo de distância. parece errado, completamente errado - mas talvez nunca tenha sido certo, ou prometido pra ser. cabe agora ver as coisas como são, esmagar sonhos, rasgar esperanças.. fazer em pedaços pequenos o que foi e esconder no fundo da gaveta. longe demais dos olhos, do pensamento ou de nós..
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
hated because of great qualities
desculpas secretas que eu esqueci. eu sei que somos limitados a esquecer. eu me preocupava por talvez estar sendo rude com você.. tão preocupado que no fim acabei sendo. é uma mentira pra servir a verdade. e eu ainda sou o culpado. eu errei. então que seja assim. em todos os lugares e tudo que você já tocou. cortar não resolverá. não há nada a se fazer. você se lamentou por eu estar sozinho, se lamentou tanto que fugiu. fingindo pra mim mas você já sabia, isso não significou muito, então que seja assim. eu simplesmente não consigo entender isso.. são assuntos diferentes, sentimentos incertos, eles nunca devem ser discutidos aqui. então mantenha isso pra você mesmo, como eu já mantenho pra mim.
love despite of great faults
você se moverá comigo e ficaremos parados, com palavras se movendo ao nosso redor. nos envolverão em ouro e nosso mundo será silencioso. você vai nadar até mim, e seremos livres. e as palavras se moverão ao nosso redor, nadarão ao nosso redor, nos envolvendo nos corredores da escola. e em nosso descanso, nós seremos lembrados. de que você recusou a se apagar, eu me esconderei pra permanecer o mesmo.. pra onde fomos daqui, eu não sei. pra mim, você escolherá flores, eu cai pra ser notado.. e pra onde fomos daqui eu não sei. é um tempo, uma maneira de vida. os únicos segredos que conversamos, foram todos os medos.. em todo esse tempo que ficamos juntos.
hey dr. strangeluv
preciso de uma cura. cura pra amores que não deram certo, pra arrependimentos, por não conseguir fazer a coisa certa. preciso de remédios, remédios que levem embora a ignorância e a minha falta de sorrisos, de vacinas que me façam poder recomeçar sem remorso nenhum quando olhar pra trás. que não doam, não dopem, só alterem. que dispensem a presença de gases, a ausência de álcool pra fazer efeito. que não façam mal depois, que não causem dependência, que só necessitem de uma dose. me pergunto se eles fariam você me ver através da janela, através do caos. espero que sim. seriam eles que fariam as respostas parecerem mais claras? mais próximas?.. confirmariam pra mim que o que cultivamos agora é muito mais intenso e saúdavel do que antes? queria conseguir olhar pros olhos melancólicos e sentir que a culpa, o grande gatilho que disparou pra todo lado, não partiu de mim. e que as lágrimas quando escorrerem, em sua essência, não contenham nada de mim.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
when you leave me
a cama vazia, a mente acordando. não disse nada. de qualquer maneira, não adianta mais. preciso de luas e estrelas, um punhado de felicidade. por mais que a solidão doa, ela tem uma razão de existir. meu olhar cruza o céu devagar e com as costas contra o parapeito, escorrego lentamente ficando de cabeça pra baixo. mesmo mudando o meu modo de ver, as coisas permanecem as mesmas - perigosas. tive tempo demais pra falar sozinho, imerso em negatividade. levaram tudo. me parece que só o que restou foram meus passos suaves pelo corredor escuro, e as mãos flutuando em perfeita coreografia. permaneço estático, mas confesso que dessa vez, dessa vez eu desisti.
domingo, 14 de novembro de 2010
my lazy blood
talvez você poderia me encontrar ali perto do campo de futebol. agora mesmo, era o que eu mais queria. queria poder dizer o adeus que você espera, sem interrupções. tudo foge rápido. e eu me lembro quando o sol nasceu e eu tive que partir. algumas coisas são impossíveis de se entender, são incompreensíveis a minha jovem mente, e acho que o mesmo acontece com você. queria que alguém respondesse quando eu chamasse, e se importasse mais uma vez. são duas e meia da manhã e não sei mais se isso é tarde pra você. vejo os papéis voando pela janela, ou o caminho de volta sendo alterado. vejo o que produz o barulho em ressoada quando a hora vira, vejo o álcool, os remédios, o muro baixo. vejo os cigarros e vejo mais garrafas, vejo lágrimas. não sinto toques no ombro, e não ouço nenhuma voz que tenta me tirar desse pesadelo. queria ver você quando acordasse e não ter que disparar a falar sem pensar porque você manteve seus planos. talvez eu tenha fugido antes de você.. talvez sua concepção nunca mude. talvez permaneça assim, e isso não é culpa do destino. não existe liberdade, não existem escolhas.. porque se eu pudesse escolher, nada estaria assim.
sábado, 13 de novembro de 2010
tout (fascination ends, here we go again)
se você ao menos pudesse contar tudo que você vê ou sente, nos mínimos e mais criteriosos detalhes. se fosse assim, talvez assim. mas você já correu pra muito longe. pra onde os olhos não vêem nem as mãos alcançam. o caminho é árduo demais. sequer o percorri inteiro. me lembro do barulho dos seus passos diminuindo conforme eu parava pra respirar. ficou tarde demais, escureceu. o que me resta agora é voltar pra casa. e não sei se deveria esperar que você batesse na minha porta daqui alguns dias. talvez, só por precaução, eu a tranque desde já.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
into the light/not in love
o ano já está no final. são facilmente recordáveis os minutos em que me tive você. as mãos macias, não era amor. não, não era. era mais complexo e melhor que amor, era certo. pela primeira vez não doía, não havia pressa, não havia preocupação. te tive em meus braços enquanto se esforçava pra que eles não te deixassem sair. foi mútuo, suave.. calmo. foi eu e você, simples e puramente. não houveram lágrimas, preocupações, não houve futuro ou passado.. sequer houve o presente. tudo se tornou imóvel, quando nada parecia importar lá fora. queimaram nas luzes devagar, enquanto nos afogávamos numa tentativa desesperadora de libertação. e pela primeira vez na vida, as mãos que deixávamos pra trás pareciam inexistentes por severos segundos em que me perdi em você.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
they don't they don't they don't
o que se estende sobre nós agora? porque o tremor toma meus dedos um por um. os minutos acumulados, todos por trás das horas. não contá-los faz a espera soar mais fácil, suportável. a janela suporta os pés que viram pro lado de fora quando penso em você. virar pra trás pra não olhar pra porta. há sentido no que faço? eu não tenho certeza mais. eu não tenho mais certeza.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
the lights, sweet green dark blue lights
quando inclino a cabeça pra trás e a mão vêm macia de encontro ao meu cabelo, os dedos desenham algo que não consigo advinhar. como não chegam respostas, e de qualquer maneira as perguntas são irrespondíveis. te dou caminhos, e confesso que alguns corrompem a inocência. a calçada molhada a noite molha a sombra que te segue, perturbadora. é apenas um reflexo, não você mesma. me abrace e eu vou sussurrar que tudo ficará bem. não sei se você acredita, ou se ao menos eu repito demais. são assim que os dias se arrastam devagar, baseados na sua destruidora expectativa, sustentada por conclusões que rasgam a pele e culminam o chão de madeira. guardo em mim a silenciosa espera de que um dia suas lágrimas acabem se revelando como uma mera opção, como a mais completa argumentação de que viver é difícil, mas só tende a ficar mais insuportável se a gente complicar.
hear words go past me backwards
você está dormindo, ou simplesmente não quer acreditar. pegue a via errada, andando de costas. as possibilidades de cair são enormes. nada atinge o mundo, em particular, quando você fecha portas. fecha janelas, apaga todas as luzes. se pendurar no parapeito faz com que venha debaixo, os olhos vêem embaixo demais. o que está perto se distancia ao mesmo tempo em que contrasta em ilusões. a sombra montava um carro, vinha na minha direção. desapareceu quando eu olhei de novo. o pulmão sussurra devagar e o cérebro baqueia pra trás, quando já giro nos meus próprios pés. será que você acende a luz da cozinha, escala as paredes, grita meu nome? suplica. seus argumentos caem fáceis, desprendem-se de mim, traçam a rota entre nossos olhares. não importa mais, importa? pelo menos, a cabine do banheiro parece plausível agora. segura demais.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
happy now?
me pergunto se o resultado te satisfez. fechar seus olhos pro resto todo que ficou simplesmente por não aguentar mais. os problemas não acabaram. multiplicaram-se. talvez a sabedoria tenha se perdido no meio da insanidade. gostaria de acreditar em partes que vivemos agora um ensaio da vida.. como ela poderia ter sido se nada tivesse acontecido. talvez minha inocência teria sido preservada, talvez algumas palavras jamais tivessem existido. haveriam partidas, mas o que não as fariam reversíveis? tudo ter caminhado de forma drástica semeou mentes insanas que sem dúvida nenhuma proliferaram, destruindo tudo no caminho. nínguem sabia o futuro. mas eu esperava que você ao menos deduzisse. eu não te odeio, pelo contrário - eu te amo demais. mas você errou, e no fim das contas, acho que essa é a única coisa que consigo enxergar como o motivo de eu ter ficado assim.
or more
corri pro banheiro quando minha mãe abriu a porta de casa. fechei a porta, passando mal e escorreguei no chão gelado. só de pensar que me dei esse direito, de deixar tudo vir. afogo minha cara numa bacia de possibilidades e não pretendo subir de volta. se eu quisesse, o faria simples e puramente, rápido. o que pensam que eu sou, o que eu faço aqui, porque tranquei a porta? acho que agora também preciso de respostas. não que elas façam diferenças, só colocarão fim as dúvidas. machuca saber que isso se passou na sua cabeça. traga de volta certezas enquanto leva uma mala de perguntas. a brisa entra sem pedir licença, o pó deita sobre as prateleiras.. e eu me pergunto: que porra virou isso aqui?
domingo, 7 de novembro de 2010
as a matter of fact, it's all dark
Tudo que você toca, tudo que você vê. Tudo que você prova e tudo que você sente. Tudo que você ama, tudo que você odeia, tudo que você desconfia e tudo que você salva. Tudo que você dá, tudo que você negocia. Tudo que você compra, mendiga, empresta ou rouba. Tudo que você cria e tudo que você destrói. Tudo que você faz, e tudo que você diz. Tudo que você come e todos que conhece. Tudo que você vê passar rápido com todos que você briga. E tudo que é agora, e tudo que já passou, e tudo que virá, e tudo esta alinhado debaixo do Sol.. mas o Sol está em eclipse com a lua.
sábado, 6 de novembro de 2010
everyone is broken
mas não importam as circunstâncias em que tudo cabe. as maneiras, e os baques. nada importa mais. durmo no seu sonho calmo e paro no meio do seu caminho. como se fosse proposital, o empurro pra trás faz meu corpo baquear pra frente. sei exatamente como você se sente, e como seu relógio gira as horas devagar. a parede a noite fica totalmente mal iluminada e não acredito que você não hesite em dizer que sim. em outro quarto os fósforos queimam na mão devagar, talvez seus papéis rasguem fáceis demais. queria entender porque os olhos fecham e quando voltam a abrir, depois de muito tempo contraídos, a mente não muda o que vê. está longe demais e perigoso demais saber pra onde as coisas caminham agora.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
but oh here I am again.
acordar de manhã sem expectativas. o theo amanhece na maioria das vezes no chão. por fim, ele acaba sendo minha grande companhia. quando você fica sozinho, é aí que você começa a imaginar. crio um mundo todo que desaba um pouco depois de eu acordar. a neblina que embaça meu quarto se dispersa facilmente quando a porta abre. e é difícil esfregar a vista e mesmo assim ver que o que sobrou, é o mais completo nada.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
i wish you could believe. but it's too late now
as nuvens cinzas espalhadas pelo céu todo pintavam a superfície de cinza, não deixavam o sol chegar. ameaçavam chover, e choveu. deixei suas mãos um pouco cedo demais pra correr dos pingos, levando o peso de mil palavras nas costas. me deram flores, mesmo que de um jeito suspeito. não havia nada com o que você se importasse, e de qualquer maneira as coisas permaneceriam as mesmas. a tarde, a cena, a grama, tudo parecia errado. a garganta quente demais, mas não o necessário pra que me socorressem. era tudo o que eu sentia, sentir o não ter. a falta do que não se tem, mesmo que não se almeja, é esmagadora. não sei o que significa mais amor, e digo isso sem nenhum exagero. não sei como se expressa, como se guarda, esqueci como se sentem. lembro das pequenas pontadas que ele deu no fim antes de desaparecer, mas é só isso. eu resisti, mas não vêem que eu sou fraco demais. que qualquer coisa pode me derrubar em questão de segundos, como derruba e finjo que não. outro dia, no escuro dos fundos da casa, dois corações quebrados se alojam juntos e trocam olhares, olhares que perduram por não conseguir esquecer.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
really did
não minto quando digo que tentei. a culpa acaba não sendo minha, pelo atraso nas resoluções. ficar encarregado de tudo isso e ver explodir sem mais nem menos acaba deixando essa impressão. é impressionante o modo com que meu estado mental não deixa nada disso me machucar. e o que não machuca, me deixa mais forte. a quem cabe isso agora eu não sei, mas não tenho mais nenhuma razão pra me importar ao ponto de olhar pra trás e ver como tudo ficou. se isso soar egoísta, que soe. é assim que vou seguir.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
see you soon, somewhere
é assim que você se sente? suas mãos, atreladas. suas palavras invisíveis, todas inexistentes, presas no nó sem explicação feito na garganta. a mão não alcança o que está perto, longe demais. durmo imerso no desamor. não ódio, só ausência. arrebatadora ausência que corrói o ferro transformando em cinzas tudo que toca. parece fácil demais assim, desintegrando tudo devagar. acabou sendo o que foi, e espero. espero sem doer, sem expectativas. só.. só, tranquilo, nulo, vazio, como sempre estive. é a partir desse nada que me preparo pra tudo, transformando sem querer tudo o que me acostumei a ter em brisa. o que tenho o vento leva devagar, a água inunda porque o fogo queima e tudo se torna imerso embaixo da terra seca. me pergunto se isso é amor, ou se é prisão. qualquer seja a resposta que eu consiga, não parece importar. estou exausto demais pra desgastar de mim o que não sou, e o que não tenho.
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