quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

it's only the beggining

e os legados que deixamos, histórias pra contar. afinal, pra onde foram as palavras? perderam-se no tempo, todas interminadas. páginas de histórias que rasgamos, queimaram na memória. nada acabou. nesse ano que vem, o que nos aguarda é totalmente incerto, não nos cabem previsões, expectativas, garras. nada nos cabe além do tempo, dos anos de nossas vidas, dos erros, e ocasionais acertos. digo e repito, o que virá é muito maior que nós, ou que qualquer coisa que nossa imaginação tente prever. pode ser um final, mas é somente o primeiro de muitos que anteciparão novos começos.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

and there's nothing else left

não pararia de sonhar. dada as circunstâncias, alguma coisa nas noites frias e nos dias quentes demais guarda restos que se espalham quando soprados e se reúnem nos cantos. mas não é nas esquinas da vida que você se esconde. não é dentro de cômodos fechados, de portas trancadas. são de olhares pra baixo na varanda enquanto o pensamento alterna e a consciência hesita, quando a voz soa alto demais, no perigo da negação. e o que há de errado, agora, mesmo que esteja longe demais, se abriga em mim, somente em mim. e remexe todo dia de manhã, quando os pés tocam o chão frio e despertam a alma, despertam imagens que acompanham o ritmo, alternando em ciclos previsíveis de tudo o que decorei de você.

sábado, 25 de dezembro de 2010

i am free

as vozes que partiam dos bancos da frente não chegaram propriamente aos meus ouvidos. perderam-se na atmosfera, enquanto meu braço esticado pra fora batia contra o vento. era o fim e o começo de mim. nada mais parecia ameaçar. transbordei por onde consegui saída. agora não importava mais, nada importava mais, a batida passava pela mente devagar, e da minha maneira eu poderia dizer que eu tinha tudo o que precisava, mesmo que tão errado, mesmo que tão distante. chame de inesperado, chame do que quiser. eu depois de tanto tempo, caminhava em paz comigo mesmo.

thank you thank you thank you thank you

hoje é natal. tempo de pensar em família. e família vem de todos os tipos e tamanhos, e vocês foram uma grande família pra mim, esse ano todo. ouviram minhas chatices, me deram cafuné, notaram quando alguma coisa estava errada. me entenderam, acreditaram em mim, ficaram perto nos momentos mais complicados, não deixaram que meus erros tomassem proporções maiores, jogaram água na minha cara, derrubaram branquinho na minha calça, tacaram meu cigarro no chão, cantaram músicas fáceis, jogaram palavras lindas, fecharam os olhos, me deram abraços, me deram vodka e me deram as mãos. o mínimo que eu posso fazer é agradecer. agradecer a dessa e o jeito que entrou em minha vida, a effy por toda a paciência amor e compreensão, ao cook, por ser simplesmente indispensável, a yris e as nossas coincidências, a thais, por todas as palavras que fincam no peito e me resgatam devagar, a thaisinha e todos os dialetos que inventamos, a loryne e a nossa inseparação, a gaybs e por todos os laços que amarramos bem apertados entre nós, a rebeca e por toda sua loucura, ao gabri e por todas as reviravoltas, a tatiana, a isabella, a luana e o philip, o cassettare, yasmim, anninha, o alex, o marcus, o kaio, o vini, o boça, a karina, o gustavo, beloto, a julia e todo o nosso amor, cintia, a linda da mayarinha, a mari, a pequena e toda a paciência e carinho, anne, cout, amends. eu amo muito vocês, tanto que é quase impossível descrever.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

I got trashed, I'm sorry

talvez tenhamos tido o que procuramos. o que se desfez, se desfez tarde demais. agora eu consigo entender em partes o que eu fui, o que você foi, o que nós fomos. agora, se resume a nada. uma bala romperia minha carne, da mesma forma que romperia com a sua. a diferença é o modo como qual aguentaríamos a dor. não sei por que eu sou assim, e eu posso dizer, repetir o quanto quiser, falar por mim mesmo que, no final das contas "eu não sei por que eu sou da maneira que sou. alguma coisa me faz odiar tudo. tudo".

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

works out for the best

histórias com começos amargos e desfechos um pouco mais doces. e piadas, palavras que tento lembrar enquanto o olho fechava devagar e profundamente. a doçura da perdição na inconsciência uma última vez do ano, pra marcar com todas as garras, e selar com todo zelo o que foram nossas histórias em 2010. amores que deram errado, amores que deram certo, cigarros, álcool, segredos, cais, pílulas, perdição, abraços, choros, beijos, tapas, palavras, tendências suicidas, e olhares que varam a paisagem, envoltos no vento. porém, nada ainda acabou. o que tem pra vir daqui pra frente, é muito maior do que tudo que vivemos, muito maior que nós. e é apenas uma questão de tempo pra que a linha que dividirá nossas vidas apareça. aguardem, o futuro tende a não decepcionar.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

pink floyd, cigarros franceses & melancolia

talvez essa seja a maneira certa em que as coisas se desdobrem no final. as garantias, escassas, se perdem em previsões. e pela noite olhar as luzes que caem sobre janelas, contrastando com um horizonte escuro. talvez ao amanhecer se tornem amarelas, ou mais tarde o pôr-do-sol as pinte de tons de laranja. pode ser cedo, mas porque tudo se desenrola num ritmo frenético, como se fosse tarde demais? sei em partes o que compõe o fim. sei que haverá a brisa, haverá o céu, haverão memórias. talvez estrelas, talvez não. a incerteza cria um pânico que se assenta em mim, misturando-se nas entrelinhas em que segue o meu viver.. não assusta, apenas... apenas existe.

domingo, 19 de dezembro de 2010

beyond

não eram todos os dedos que estavam atrelados. eu segurava um ou dois enquanto você se deixava levar pelo caminho que eu fazia. nenhum de nós tinha absoluta certeza quanto ao destino, quanto as escolhas, quanto aos erros. seria pedir demais que por pelo menos alguns segundos as coisas caminhassem calmamente? seria fácil se não antecipássemos despedidas, ou prorrogássemos o inevitável. nada mudaria. as cores continuariam fortes da mesma maneira de sempre, e o que restaria seria facilmente entendido. e ao voltar pra casa estaria frio lá fora, apesar do calor que faz aqui dentro.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

it’s just on the tip of your tongue, and you're so silent

mentiria se dissesse que ao partir não olhei pra trás. a batida nos passos no chão molhado demais, e lágrimas barradas. um cigarro que apagou. partiria na primeira oportunidade, pra qualquer lugar longe de casa. rápido demais, perdendo meu tempo. e você não barraria nada de cair, por simples opção. não quero nada agora, porque nada preenche a sobra que há em mim, e a sombra desenhada no chão, por ora, parece o bastante. parece segura e certa, longe da dimensão de incertezas. porque agora, talvez... o caminho a percorrer perde-se na minha inconsciência, me adormecendo parado, pra não ter que escolher nada mais.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

these are tips for traveling on your feet

pernas que se arrastaram devagar demais, na correnteza sóbria, na brisa fria. ouviam suspiros altos demais, em gritos de raiva, gritos de dor. e a febre que vem com a idade. dedos não alcançam respostas, afastam-se em saídas prorrogadas. correm macas, que sucederam a hostilidade do momento. se deram do jeito que se deram, desde sempre têm sido tarde demais. tarde demais pra pensar em reconsiderar, porque nada explica, nada repara, nada vem à superfície. o que uma vez me imergiu, não me faz voltar mais.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

we were special

e palavras simplórias que racham e caem em partes. provocam ruídos quando tocam a pele, semeando feridas incuráveis - rasgos na alma. chame como quiser, pois todos os meus adjetivos esgotaram-se. olhe nos meus olhos e diga que não fez nenhuma diferença. o que flutua na água, embalando-se num interminável ritmo, que joga tudo devagar. à essa altura das nossas vidas, não importa mais onde paramos. eu escorrego na mesa devagar, e as lágrimas correm. não é isso que eu quero mais pra mim. porque pela primeira vez em muito tempo, eu sinto a culpa se ausentando de mim. mas mesmo quando não é minha, machuca, lenta e fortemente. e dessa vez, quem estragou tudo foi você.

domingo, 12 de dezembro de 2010

don't you dare dropping one fucking tear

e os que cercam em neblinas errôneas me embaçam. embaçam meu eu em você, abaixam os olhos escuros procurando chão, procurando apoio. por outro lado, me banho em desespero. paraliza a circulação das veias subitamente. já não é mais possível ver o que espreita atrás. a garganta sofrida parece forte - mas longe do suficiente de juntar as letras, chamando você. faz calor lá fora, mas aqui faz frio demais. e todo vento gelado na janela trás pra mim a lembrança do que me falta. não são cigarros, nem amor, pílulas ou alcóol. o que me falta talvez seja totalmente abstrato e indescritível. e tudo impregna pela pele, onde o sol deita quente em dias vazios, traduzindo nos movimentos dos dedos que batem contra o vento, a sensação da vida incerta demais.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

would it change anything? no

eu prefiro não ver. preferiria estar dormindo agora se você possível. correr pra longe da sua realidade, deixando as pontas dos dedos secas, as superfícies geladas. porque se perdem em respirações tranquilas, em silêncios incomuns. e na melancolia inexistente da partida, pra que hesitar? não vai ter ninguém quando eu olhar pra trás.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

no more sunshine rising

e onde está afinal o meu direito de revogar sobre tudo isso? penso se sou a única pessoa que vejo as coisas como elas deviam ser - não como são. tudo se torna errado, prestes a exaustão. o caos parece calmo, certo, sereno. me pergunto o que me fez desistir. são melhores dias cinzas, quietos, melancólicos. totalmente preenchidos em rotinas interminavéis de expectativas. apago todas antes de apagar a luz do meu quarto, um pouco tarde demais. desisto, completo e são. me recuso a acompanhar a irritante sequência dos fatos. estou completamente perdido, e cessei todo esse jogo antes que ele me levasse mais uma vez, longe demais do que eu chamo de casa.

sábado, 4 de dezembro de 2010

sonic youth, sonic dreams, suicidal tendences

na volta pra casa, me deixaram uma trilha de pílulas. cansei de pisar sobre restos - quando amassados, parecem piores do que já eram. reler a lista de pedidos enquanto corro pra longe. o papel amassado se mistura em minha mão, queimando as palavras devagar. a chuva os apaga. nunca serão cumpridos - peçam que eu vá longe demais, que eu sonhe demais, ame demais. deixo-o cair livre e espontaneamente. acabei não provando nada a ninguém, a cama parecia acolhedora demais. seria tão horrível desmontar tudo isso? o papel rodopiou e caiu poucos metros a minha frente. jaz com você, em baixo do forro da minha cama - longe demais, onde os braços não alcançam, não alcançam mais.

lock

talvez no fim a história se repita. quem sabe eu fuja, mas não no sentido figurado da palavra. talvez eu pegue um trem pra qualquer lugar, de olhos fechados. pra qualquer lugar que não desperte memórias, não remexa sentimentos. talvez eu me esqueça de você. esqueça de lugares e finalmente não vou temer. não vou temer pelo que foi, pela maneira que começou e se sucedeu. não vou temer por não ter conseguido dar um ponto final digno a história. porque a verdade sempre foi que, no fundo eu sempre tive medo da dor.

and you, you keep holding on to my lonely parts

cercado por metralhadoras, espreitado por perigosos olhos. fechar os olhos e adormecer em poucos segundos. parece fácil esquecer todas as interrupções, todas as intervenções da realidade. todas as palavras, cenas, toques, cheiros. parece fácil esquecer os pulmões. talvez seja aí que seus braços me apanham devagar, durante a minha inconsciência. isso não é nenhuma mentira. talvez soe como ilusão, mas afinal, que mal tem? olhar no espelho de madrugada e afogar quando a cabeça cai pra trás. na luz amarela, dando tons ao ambiente desolador, sozinho, vazio. por vezes eu grito pra me certificar de que não perdi a sanidade novamente. pra me certificar de que não faz eco. pra te lembrar da urgência da sua presença me arrastando pra longe, em beijos doces, longos, quietos, certos, frios, macios. em lábios intocáveis. envoltos na mais completa atmosfera onde tudo leva a exaustão, aproveitar enquanto você não tem que partir... outra vez.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

what the hell are you talking about

na verdade, não sei porque isso me irrita. não é opcional, e acaba sendo inevitável. palavras rudes, grosseiras e sem porque nunca foram do meu agrado. cabe a mim apenas se acostumar - o tempo com certeza vai acabar assentando minha raiva, como aconteceram outras vezes. porém, isso não faz do fato menos digno de atenção - pois afetar do jeito que afeta é realmente preocupante. me deixa na beira da total perca do controle. o jogo pode ter virado pra você, mas pra mim continua a mesma coisa: desnecessário, cansativo e insignificante. talvez o vento desprenda esse problema quando eu menos esperar. porque, não importam as circunstâncias, tudo morre, estraga, desintegra, cansa, foge. e conosco, nada disso poderia ter sido diferente.