não pude ouvir o que queriam me contar hoje a noite. meus ouvidos fecharam rápido demais. os olhos caíam pesados, as pernas balançavam, contra o vento da madrugada. sussurrei pra mim mesmo que as coisas deviam ser como elas são. tudo tem prazo de validade. não dá pra adiantar ou adiar o que está marcado. encostei na churrasqueira, sentado no parapeito e fechei os olhos. me dei o direito de imaginar como seriam as coisas se nada disso estivesse acontecendo. se eu não precisasse esquecer, pra não doer mais. as luzes da vizinha já tinham apagado quando voltei. olhei pra baixo e o chão parecia impossível. distante demais. poderia ter ficado ali contando as cores do céu a noite toda. lembrei de que nada volta mais. as memórias parecem distantes, épicas, históricas.. pintadas com todos os tipos de sentimentos. vão se perdendo no caminho da minha memória falha e desaguam numa realidade inesperada: o presente. aqui, e agora.
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