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os meus pés balançando completamente gelados no parapeito, a fumaça costumeira dançando no ar. alguma coisa começou a ficar errada, errada dentro de mim. senti se espalhando devagar pelo pulmão inóspito, a barriga roncou. mandei os olhos fecharem. piscavam demais. as luzes dos postes e das casas chegavam mais perto conforme eu escorregava, levantavam meus cílios assoprando na brisa devagar. abriram contra minha vontade. não via nada. as coisas foram voltando devagar conforme minhas costelas encaixavam no tanque. sussurrei devagar em todo o trajeto, chamava o nome que me abriga. sentiu, devagar. pensei em você, um pouco depois. pensei nos seus olhos e calculei suas palavras. seus braços me encontraram devagar e me acomodaram já deitado no chão. calculei suas fortes palavras e num fragmento de segundo você me levava pra de volta onde eu estava, como ajudou a fazer várias vezes. é impossível conseguir viver sem você, forte o bastante pra me carregar. pra me dizer que as coisas não seriam as mesmas sem eu aqui. eu te amo por inúmeros motivos, te amo o bastante pra me obrigar a ficar bem, poupando os rastros. nunca deixe isso passar, porque querendo ou não, o grande forte que me mantém são, salvo e protegido é você.
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