nossas reuniões já me eram muito estranhas. passaram de um casamento em terras paranaenses á festas de crianças nas quais bebi demais por me sentir terrivelmente desconfortável. nós não éramos e nunca fomos sequer amigos. reclinei no banco de madeira debaixo de garoa, enquanto os três conversavam sobre assuntos totalmente supérfluos. meu primo mais novo me olhava de lado desaprovando o que o irmão dele insistia em discursar. o outro, ouvia e concordava cegamente com o discurso do fanfarrão que enrolava a língua enquanto falava sobre aminoácidos, tentando injetar doses de sabedoria falsa ao assunto. nós quatro nos tornamos pessoas totalmente diferentes uns dos outros. nos tornamos protótipos de pessoas facilmente diferenciáveis e identificáveis. tomamos rumos diferentes e propusemos prioridades descompassadas às nossas vidas. nós quatro seguimos sonhos cegamente por vias desiguais. me esforcei ao máximo pra não soltar a pitada de rancor presa à minha garganta enquanto falava. família não se escolhe. e por mais que nos desgostemos uns dos outros, sentamos no mesmo banco e dividimos as mesmas horas. da esquerda pra direita: um culto, um adolescente, um revoltado-pop e um aspirante á bodybuilder. interrompi os discursos irritantes e introduzi assuntos menos distantes de mim. mesmo assim, os pingos de chuva caindo sob os meus ombros e as rodadas de pizza que iam e vinham me interessavam muito mais.
quinta-feira, 28 de março de 2013
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