tenho alinhado meus dias em órbitas que giram em tornos de pequenas conclusões. a realidade não marca hora e nem dia pra me encontrar. seus gatilhos foram puxados nos momentos mais inoportunos, alternando entre conversas desconfortáveis na cozinha e em longas caminhadas em direção ao terminal rodoviário. a chuva voltara a me queimar depois de tanto tempo desde a última vez. as situações voltaram a se desviar das minhas previsões. eu já posso sentir a dor dos hematomas quando a noite cai, justamente como da última vez. a sacada voltou a ser minha morada e minha válvula de escape. já não suporto festas, reuniões, salas de estar. não consigo mais sustentar imagens ou seguir projeções. as cenas que eu costumava montar na minha cabeça perderam a cor e vão noite após noite perdendo a nitidez. estou levando socos muito mais fortes do que eu costumava suportar. desvio o olhar rápido demais da caixa em que guardo meus antigos remédios. eu não quero voltar a dopar minhas percepções e a amenizar covardemente minha suposta invulnerabilidade ao ter que baixar a guarda. eu quero voltar a guerrilhar pelo que é meu, usando nada além do que sou. mas algo me diz que já é tarde demais pra voltar para o campo de batalha. tracei uma linha que implicou na criação de uma distância metafísica entre o que sou e como estou. já posso sentir o cheiro dos meus mecanismos sendo queimados há quilômetros de distância de onde estou. já me sinto nulo mais uma vez. já não sei quem sou, uma vez mais.
domingo, 10 de março de 2013
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