sábado, 5 de janeiro de 2013

1991

você deu as cartas, e o que mais me restaria a fazer senão  aceitar o novo fluxo de prioridades, os novos compromissos, uma nova realidade em que eu me ausento sem ao menos pestanejar? eu cansei de lutar. perdi meses por investir em nós e sequer me dei conta do que estava deixando pra trás. não estou pedindo que me devolva o que perdi, tão pouco espero que você enxergue tudo o que abri mão de ter. não peço que você volte. o que eu quero ainda não se materializou dentro de mim porque minha vida teve que paralisar pela ação de forças maiores. talvez agora seja diferente, mas um diferente infinitamente melhor. agora eu tenho um sonho, uma direção. deixei nossa vida de desculpas e coincidências infelizes para trás. agora, ao procurar alguém para dar as mãos, eu volto pra dentro de mim, e procuro nas formas das quais existo a segurança e companhia que necessito. ser inconstante e inseguro me assegurou um par perfeito de características que me sustentam, me alimentam e me afastam do tédio, da desesperança e de qualquer outro sentimento que você nunca conseguiu me poupar. estamos juntos, mas dessa vez ninguém está acima de ninguém. nossa trégua nos colocou exatamente no mesmo impasse e nossa resposta foi mútua, fazendo de nós finalmente iguais. explodiremos o passado se for o mais prudente a se fazer. dessa vez estou protegido de qualquer escombro que possa voltar a desabar sobre mim. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário