eu te amei por tempo demais. te amei na relva do cais, enquanto a chuva molhava nossos ombros, te amei em corredores lotados quando tentei te tirar de mim. nós gostamos por tanto tempo dos mesmos elevadores silenciosos, precedidos por varandas reflexivas. você me deixava errar e eu te dava o mesmo direito. deslizamos para rotas distintas nas estradas que insistimos tornar escorregadias demais, e todas as vezes em que você volta, minha mão se desprende de alguma forma inevitável da sua, e eu deixo partir, desprendo o último dedo, a última história. tento me lembrar das últimas palavras, mas mal consigo montar a cena. minha mente deteriora em decepção segundos depois, e vai queimando as bordas de onde a gente começou. falamos línguas diferentes, longe um do outro, até alguém resolver voltar. e eu já desisti de todas as outras opções. eu espero, e espero, espero mais. mas sem esperança alguma. talvez o acaso nos reúna novamente, enquanto você estiver vagando pela rua, debaixo de um céu que anuncia a chuva. entrego todas as minhas cartas ao destino. e não peço a ele nada mais.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário