eu ainda sinto que você tem algumas palavras a dizer. não as diga enquanto dividimos a cama junto a relva, porque nunca tive a sorte de ver tua silhueta contornada nos pequenos feixes de sol que invadem minha janela todos os dias pela manhã. não as diga no frio, e não calcule os segundos, abra minhas veias rápido e facilmente, me deixe pasmo e complexado, mas faça tudo como se fosse digno de uma última vez. ignore minhas recomendações se for preciso. tenho meses pra cuidar dessas feridas, e o passar dos dias só aprofunda nossas questões, nossa falta. o passar das horas fundamenta nossa crescente inexistência, e meus olhos fogem da lua, virando devagar, adormecendo antes que você possa hesitar a primeira vez ao tentar me dizer o que precisa ser dito. me deserde do meu conforto, e retalhe o que me resta em pequenos pedaços, que caibam nos seus bolsos e alimentem a minha memória, porque a partir de agora, são apenas restos que vamos ter.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
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