oscilo ao tentar me convencer de que o problema sou eu. fiquei bem mesmo estando sozinho o dia inteiro e vigiando o ir e vir da superfície. é necessário afundar no final da tarde. mal consigo respirar pelas horas que seguem, meu pulsos pedem qualquer impulso pra cima e eu não consigo. talvez o problema seja eu, ou alguma coisa realmente me impede. temo por ter tingido algumas vozes de cores que desprezo, mas será que não foi eu que me tingi de cinza enquanto dormia e esqueci de perceber? estou amarrando firme todas essas decepções junto ao meu ombro. talvez algum dia eu me acostume e elas parem de pesar. ou talvez da próxima vez eu fique sentado junto as ondas rasas por algum tempo antes de mergulhar.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
when the sun sets high
o dia todo parece estar embalado pelo momento entre o final de um sonho e um despertar titubeando. o encontrar dos olhos enquanto a sala ecoava risadas de outrem no sofá por detrás e o meu encurralar sutil no canto do cômodo.. é como se tudo acontecesse de novo. mal pude acreditar no tanto que isso me fez bem quando meu medo me fez levantar da cama enquanto o sol rachava pela minha janela fechada. coloquei minha bermuda, minha regata, meu óculos de sol e fui contar ao mundo que esta noite eu não tinha passado sozinho, mesmo não dizendo nenhuma palavra a respeito. posso estar pouco sóbrio a respeito do desenrolar dos fatos, mas dessa vez tratarei de me embriagar de sentimentos antes que a confusão assente. estou feliz de anunciar meu empate comigo mesmo. não uma vitória, nem uma derrota. mas eu estou melhor assim do que em qualquer outra circunstância.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
46th and bliss
lotamos a geladeira de cerveja, colocamos a bermuda que estava mais perto e trocamos de chuteiras. fiquei por minutos intermináveis pensando o por que de eu estar sentindo a falta de vocês mesmo estando do lado. e por mais simples que tenha sido, tudo o que essa tarde me deu era o que eu precisava a meses.. acho que éramos so nos três. sem complicações, fingimentos, divergências, ou qualquer tipo de superficialidade. éramos nos três e nada mais.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
rever fay
você me disse que talvez eu estivesse enganado o dia inteiro. dividimos um cigarro pela janela do banheiro enquanto eu banhava meu sangue em vinho tinto. apesar de estar errado, ninguém ao menos parou para considerar se eu estou ou não feliz. talvez você tenha pensado na duração disso tudo, enquanto eu sequer a considerei. obrigado por isso, mas talvez seja tarde demais. aguente minha tristeza mais pra frente, amigo. não quero pensar nisso agora. não tenho tempo pra pensar nisso agora.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
how are you?
podia ter ficado ali me torturando por horas, mas resolvi levantar e ir embora. estou indo devagar comigo mesmo, assentando a poeira e deixando todas as ações desesperadoras por conta dos instintos, que resolvem atacar apenas uma vez ou outra. cansei de ser injusto comigo mesmo e de não conseguir dormir a noite. cicatrizar reminiscências não pertence mais a mim, de forma alguma. estou dormindo com a janela aberta, e deixando tudo o que posso vulnerável a qualquer brisa que sopre, trazendo cura ou devastação. sequer cruzo os braços. seguro meu guarda-chuva enquanto a luz do sol se propaga pelos meus ombros mas a garoa ainda continua a cair, e espero.. espero alguém chegar. me deixe desfrutar sozinho de toda essa ânsia de estar feliz e no segundo seguinte querer morrer. não vou descartar mais nada que eu me proporcionei. loto minha gaveta de dias que passaram, e minhas mãos tremem com qualquer sinal de mudança. é emocionante viver à deriva. foi a última alternativa que eu tive que escolher.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
teenage haze
dei as costas a todos os entendimentos que pareceram ter ser queimados com o tempo. estou errado nas maneiras mais certas. talvez o único incompreensível seja eu. me repreendi quando a chuva tinha começado a cair e eu me escondi debaixo da cabine, poucos segundos antes de eu inundar todo o cenário com perigosos pensamentos. a água correndo pelas laterais parecia inofensiva, assim como tudo parecia ser antes de um começar a fazer sangrar todas as minhas colocações. talvez eu realmente devesse zelar pelo direito de escolher, pela solidão numa tarde escura, pela ausência de palavras e pela exaustão de idéias subentendidas. permeio a luz em noites quentes. e só de pensar que eu estou revirando meu estômago mais uma vez por todos os motivos errados me faz querer voltar atrás. gastar meu tempo, porém, nunca foi tão bom. vou enfiar essas palavras incompreensíveis pela sua garganta. quem sabe assim você finalmente entenda o que eu quero dizer.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
should have taken acid with you
queria estar menos sóbrio a respeito do que deve ser feito. tenho um milhão de compromissos pra assumir, e todos comigo mesmo. consigo, porém, me perder na clara lucidez desses dias inteiros. acabo não dando nenhum passo para frente, e nenhum passo para trás. muito diferente do que eu costumava ser em um passado um tanto quanto remoto. preciso de mais um empurrão para que eu tropece nessa montanha de afazeres e acabe finalmente lidando com tudo isso. não me agradeça quando eu sei que eu poderia ter feito mais do que isso. permaneço estático a respeito de nós, de mim, deles. se mexer talvez seja perigoso demais.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
got my a machines on the table, got my b machines on the drawer
estou consciente a respeito da maneira que lido com as coisas. jogo restos para o lado sem nenhum pudor e cuspo em quase tudo, mesmo que sem querer. isso não faz de mim mais ou menos especial, e essa nunca foi minha intenção. a única razão para a existência de todas essas críticas é apenas a minha diversão. e disso eu não posso reclamar. talvez eu não seja melhor que ninguém, mas também não posso negar que tem muita gente pior que eu. entretenham-me com todas essas babaquices que vocês fazem e acreditam. e por favor, não pensem que eu sou um sádico. eu sou apenas um mero espectador que está completamente ciente de que a maioria disso que vocês fazem não passa de uma merda atrás da outra.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
i was thinking of lines for you
enquanto o sol perfurava as entradas da minha janela semi-aberta, você veio sem querer, me resgatar, devagar. pela primeira vez passei por cima de qualquer fato que impedisse nossos errôneos encontros. você chegou na hora certa de salvar uma vida, mesmo que isso tenha te custado poucos segundos. me encontre no cais. eu vou estar lá pra te dizer tudo o que não foi dito até agora.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
tied to a night i never met
as cores fortes com que enfeitei o começo disso tudo foram apenas um disfarce que procurava amenizar o que estava mais a frente. porque seria diferente dessa vez? não queria nada além da capacidade de parar a minha terrível mania de voltar em lugares nos quais já estive, mesmo que de começo pareça tudo diferente. eu estou completamente sozinho agora derrubando lágrimas por sonhos irreais, e o que me deixa longe de qualquer consolo á o simples fato de que eu já vi essa cena antes. desatrelam e vão viver suas vidas. e no fim eu fico aqui, avulso, esperando alguém voltar.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
maybe I'm just crazy
caio nas mesmas armadilhas que jurei prometer me defender em todas as últimas vezes. minha mente envenena a si própria enquanto durmo, de mãos atadas, sem nenhum lugar para escapar. nao consigo sequer abrir o olho para fugir desses doces pesadelos recorrentes. fiz da minha vida uma mera questão de possibilidades. o único problema é que todos esses ventos sopram justamente para o lado contrário de onde vou, mesmo eu mudando de rumo o tempo inteiro.
road to hell
me sinto culpado por continuar me privando de pequenas felicidades ao acordar. dissipam-se tão facilmente com o correr das horas no resto do dia que fazem seu despertar junto a mim parecer totalmente imprestável e distante. talvez essa psicótica dualidade seja a última ferida a cicatrizar. ainda vivi tão pouco. continuo imaginando a tarde que se deitará sob meus ombros, enquanto os olhos percorrem grandes espaços e estampo o desespero ao perder o grande causador disto tudo em meio a questões puramente burocráticas. não espero nada além de que você hesite e no final acabe seguindo o roteiro proposto. mas apenas algeme-se a qualquer reminiscência por apenas alguns segundos e resgate-me de bancos de cor vermelha enquanto afundo nessas pequenas prévias do meu futuro aterrorizante. todos esses momentos não me soam nada além de pequenos sinais do que ainda está por vir. essas bombas rasgarão todas essas paredes enquanto escolho (mesmo sem ter escolha nenhuma) entre resguardar minha sanidade ou me jogar nessas piscinas de sangue. o que quer que seja que você esteja fazendo, apenas continue, até porque, nada nunca me fez sentir tão ferido e tão feliz.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
escape in the afternoon
as gramas que todos nos costumávamos pisar estão totalmente mortas. não voltei ao cais depois que tudo mudou, talvez por respeito as memórias que cultivamos ali. tão perdidos e tão inocentes, desprovidos de qualquer proteção. não leve isso como uma lamentação. apesar de sentir saudade, prefiro deixar essas memórias intactas e imutáveis, depois de tanto tempo. criamos sonhos tão puros e tão sem querer.. hoje a luz do sol o faz totalmente vazio e opaco. quando foi mesmo que paramos de viver do jeito que costumávamos viver? forço minha mente para frente e para trás mas não me consigo me lembrar da data exata em que atamos e desatamos nós, quebrando garrafas num cano de pavimentação e formulando teorias sobre como o céu parecia a tampa de uma caixa. todos nós crescemos, e passamos a desacreditar em tudo isso, mesmo que rápido demais.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
and i wonder how long it will take me to get home
e quando acordo de manha desvio desses restos vazios que deixaram tocando o chão a noite inteira. fumei um cigarro enquanto fugia da lida e hesitei mais uma vez, dessa vez sem o meu conveniente amigo. pude conter quaisquer expectativas enquanto eu adentrava em um mundo onde eu era completamente avulso e desprovido de qualquer problema. em frações de segundos sinto como se eu pudesse vomitar um mundo de palavras, mas providencio qualquer bloqueio que me impeça de fazê-lo. interrompo todos os processos que me levariam aonde eu quero chegar por mudanças externas inevitáveis. só me resta um mundo a derrubar. mas todos sabem que sou incapaz de sequer tocá-lo ou chegar perto demais. não batalho mais contra eu mesmo. o dia está claro demais.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
i happily have to disagree
forcei-me a decepar antigas raízes, me aproveitando ao mesmo tempo da inércia e da vontade das mesmas de partir. é estranho pensar o quão covarde comigo mesmo eu fui esse tempo todo, andando em sombras e tendo que ficar de cabeça baixa ao concordar com coisas que sequer acredito. me roubaram meu amanhecer tranquilo por tempo demais. e agora eu posso enxergar a razão de tudo isso enquanto a deixo para trás, em mãos mais coerentes. isso não é uma lamentação de forma alguma. chegou a minha vez de desistir batalha que sequer preciso ser parte. fico totalmente entregue a novos dias, e novas palavras, novas historias. me desculpe se um dia eu cheguei a mentir quanto a duração de tudo isso. é que simplesmente me ocorreu que eu não pertenço a nada de você.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
sonic youth with sonic dreams and suicidal tendencies
enquanto eu aproveitava o máximo do silencio, dispararam cenas em minha mente. uma, duas três. o acariciar de uma mão calma em um carro em movimento, totalmente sonâmbula. os minutos finais de um dia onde drenaram todo o meu anseio, o fazendo perder-se devagar em abraços deliciosamente inesperados. e o lamentar ao encostar da minha cabeça em antigas lembranças, com os olhos transbordando enquanto eu tentava reprimi-los de ir além. tudo isso foi uma chamada para acordar desse antigo sonho e jogar fora todas essas crenças empoeiradas. eu já cansei de muita coisa. talvez agora seja a hora de ir além e me prender ao que vale a pena e ao mais completo inesperado, que me cerca e me acerta com todas as suas agradáveis surpresas. me deixe olhando para os lados enquanto permaneço em pé no último degrau daquela breve escada. talvez essa seja a previa mais fiel e real de uma vida que eu queria ter.
domingo, 12 de fevereiro de 2012
hard to explain
permaneço paralizando minha visão quando minha mente inunda você, principalmente a tarde, quando anseio qualquer chegada. essa é apenas mais uma das minhas lindas manias totalmente em vão. as jogo ralo abaixo enquanto lavo minha cara ao chegar em casa a noite, para que posso impregná-la no dia seguinte. isso é somente uma coisa minha, como a maioria desses devaneios. todos eles tem o simples objetivo de mascarar ausências e ocupar meu tempo de uma maneira fácil quando sequer tento ausentar o pensamento de você. já me fiz refém de todas essas situações. e eu não lamento, pois tudo isso me tira a responsabilidade de ser quem sou por tempo suficiente enquanto eu os prolongo, dormindo acordado. sinceramente eu não estou dando a mínima pra quando isso vai passar.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
cause you, you just know... you just do
me vi completamente aterrorizado quando mergulhei na realidade depois de acordar de um sonho bom. as cenas me causaram espasmos o dia inteiro. senti como se a noite tivesse ateado fogo na minha mente, e deixado-a ali, virando cinzas. nada disso diz respeito a ninguém. e olhando em dentro de quaisquer olhos, eu tive que mentir. qualquer lembrança arde, só por temer ter que te petrificar nessas imagens que o tempo apaga. eu já perdi muito com isso. e com o cair da noite, as coisas foram ficando mais leves. anestesiando-me desta dor boa. sinto como se eu pudesse morrer a próxima vez que tudo isso me fazer sorrir. e por último, atenda minhas preces: ate meus pulsos aos seus e me leve pra longe daqui.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
my friends are though
projeto essas cenas na minha mente como se eu fosse o condutor de todos esses acontecimentos. não é nem um pouco doloroso pensar nesses tristes desfechos irreais. tudo me soa como se fosse o fim, porque de alguma forma, o começo já é um passado um tanto quanto distante. suei para construir todas essas estruturas, e agora sequer tenho tempo ou interesse para comandá-las. isso passa a soar como um egoísmo estúpido que cultivo, ocupando a mente nas horas vagas. lavo minhas mãos quanto a continuação de todas essas histórias: já encaixei cada qual em seu devido lugar no meu conceito, e tudo o que os resta fazer é crescer. vai ser um tanto quanto interessante deixar de prever tudo isso e simplesmente ser surpreendido pelas vertentes que cada um vai tomar. enxágue essas camisetas manchadas de sangue seco. é a minha última chance de ser atormentado por essas viradas impressionantes nas rotas das quais anseio vigiar.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
the revival
me choquei com as coincidências a respeito de como todos esses assuntos foram tratados. tudo no meu começo também brilhava, queimando neurônios e derretendo sorrisos, faces, um ônibus tratado por mim como uma nave espacial. já estive onde todos vocês estão: brincando com o destino e a sorte. isso fez de mim um completo egoísta. e por mais que seja inevitável, dói ver o meu passado se repetir em outros corpos, embaçando outros olhos, mergulhando em total insanidade. se ninguém sente muito por isso, devo dizer que eu sinto. sinto por ver frutas tão jovens e tão podres. essas lembranças ainda ressoam inquietas em mim. depois de quase ser engolido consegui voltar são e salvo para a areia, fugindo da ressaca do mar, que me ameaçou da mesma maneira que ameaça todos voces: trazendo mais e mais para o fundo, te engolindo por inteiro cada vez mais. eu sobrevivi. mas não tenho certeza se qualquer outra pessoa aguentaria todas aquelas consequências. boa sorte. e que isso tudo não te traga nada além de lições e terríveis histórias para contar.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
what a miserable state i'm in
não atribuo significados profundos à tudo isso. nada passou de eu contra eu mesmo, insistindo em projetar imagem nenhuma em paredes falhas. eu estaria fazendo um favor à tudo isso se eu me deixasse completamente desprotegido, à mercê de palavras afiadas e de portas trancadas, encostando em azulejos frios. é realmente muito fácil montar essas teorias quando estou sozinho. mas quando as horas viram, eu corro do sol para os braços de qualquer pessoa. estou completamente sozinho. todo esse tempo e esses planos derretem com o calor de olhos cansados. e decidi nem ir, nem vir, apenas ficar. ficar por quanto tempo for preciso.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
a brief explanation
procurei me ausentar desse tempo nesse final de semana. de alguma forma, os subterfúgios pelos quais optei mostraram-se mais hospitaleiros do que da última vez. talvez eu os tenha reformado enquanto dormia, mas as paredes estão vermelhas e o chão cheios de azulejos xadrez. os porta-retratos acoplados ao vermelho tem bordas amarelas. sua voz não ecoou da minha sala enquanto eu dormia. e por mais que eu procure fazê-la perder-se em todo esse espaço, ela ainda existe, adormecida. talvez ela renove-se e quando volte a acordar, molhe meus ouvidos com mel. passei anos juntando todas essas cores. é impossível descrever o quanto eu estou emocionado de ter visto todas elas retornando, cobrindo o costumeiro cinza. as luzes dessas vitrines talvez façam meus olhos refletirem uma cor impossível de se ver. não consigo sorrir completamente, mas estaria mentido se dissesse que não estou tocado ao ver todos esses desdobramentos cortarem-me de fora a fora de uma maneira encantadora e surpreendente. eu não estou amando, mas eu vejo amar.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
flying like paper
senti algo envolto de mim por trás, um braço que apoiou no meu ombro e segurou minha mão vazia, enquanto os dedos da esquerda ocupavam meu costumeiro cigarro de fim de noite. mesmo que não tenha sido de qualquer outra forma, meus dedos entrelaçaram como o final resultado de um grande desastre. talvez essa sensação de incrível desespero em ter que decidir continuar ou não respirando e de dar um passo ou não nesses profundos penhascos não volte tão cedo. mesmo em tanto perigo, nunca me senti tão bem. meus amigos dizem que estou delirando. agora não me sinto mal por não ter tudo o que quero, porque pelo menos, eu tenho um pouco. e sobrevivo com pouco, porque hesito ao pedir qualquer coisa além disso. e a respeito de todos esses anseios, talvez qualquer futura tempestade acabe arrastando-os pra qualquer lugar além daqui.
sábado, 4 de fevereiro de 2012
this is a raid
me traga ventos que cortam meus cabelos enquanto minha mente flutua de um lado pro outro em noites silenciosas. esqueci das promessas que você sequer cumpriu, e de como tudo ficou banal quando eu percebi o que estava perdendo. ouço essas balanças baterem no chão em todos os lados, especialmente quando um outro outrem me olhou como quem se sentisse incomodado por nada mais ser a mesma coisa, mesmo que naquele momento fosse da minha parte. perdi totalmente o direito de ser inconstante. sequer se preocupam em ouvir minhas respostas, como se eu sempre estivesse da mesma maneira. cansei de arrastar as coisas pra onde eu julgo que sejam seus devidos lugares. esses reparos não dependem só de mim. deixo estar da maneira que está.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
a sneak peek on "born to lose — since jan 18th"
penso se as pessoas gostam de mim pelo que eu sou. são poucas que aceitam meus defeitos. cansei de observar essas formas: a entrada do prédio, o vai-e-vem de ternos que vestem pessoas que eu nao conheço. eu tento meu melhor. quase nunca isso é sequer o necessário. o sol ilumina essas paisagens opacas. talvez chova, talvez não. evito companhia nesses bancos, mas abro exceções. trituro todos os meus princípios por um bem maior. não importa o que eu quero, ou no que eu acredito. desato partes de mim, mas permaneço completamente confortável.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
remember when i was okay?
pareço cercado por desencontros. as pessoas parecem me olhar com pena. me chamaram de fraco. vi um filme que narrava como minha vida teria sido se não tivesse vencido algumas batalhas. sequer me imagino vencendo qualquer coisa agora. não me deixe totalmente sem ação no rodapé dessas portas, por mais que eu implore que você o faça. o ano mal começou.. seria pedir demais se eu quisesse que ele já estivesse acabando? dou nós em algo dentro de mim quando descrevo, pouco a pouco e sob efeito de todas essas dores, todas essas decepções. sequer me preocupo agora, com que caminho trilho, ou quais serão os próximos olhares que irão repousar nos meus ombros, fechando asas enquanto enterram garras dentro da minha pele. estou cansado de mim. essa noite não vai ser tão difícil, suponho eu. já tomei meu calmante. tudo vai ficar bem.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
i want to go i want to stay
foram anos da minha vida. olhando por cima da lata de cerveja, eu podia sentir os momentos correndo pela minha veia, principalmente no braço esquerdo. abandono agora, todas as antigas motivações. deixo pra trás amigos e antigas anestesias. as cenas passam sem mais nem menos: de discussões em uma mesa redonda, até olhares sugestivos que não chegavam a atravessar salas sem serem cortados ao meio. não sei viver sem tudo isso a muito tempo. voltei ao posto de gasolina, mas enquanto tropeçava ate chegar em casa, eu sabia que dessa vez tinha sido diferente. deixo meus braços abertos a um passado que sequer pude reviver. obrigado por tudo. nada disso foi em vão.
Assinar:
Postagens (Atom)