domingo, 28 de agosto de 2011

i will bring it with me

queria só uma coisa agora. algo que me faria sorrir num quarto potencialmente quente, enevoado por um clima inocente, delicado. queria que as costas da sua mão passassem devagar sobre a minha sobrancelha, redesenhando-a, e penteando devagar. olharia pra cima como se não precisasse de mais nada. e não precisaria. seriam intermináveis seis da manhã..

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

princes

reluto em aumentar o prato. reluto virar os olhos, quebrar o silêncio. seguro minha essência sem querer, pra que o erro reflita em suas costas e cubra todo esse céu com nuvens que exclamam gritantemente a existência de algo errado. você sabe, eu sei. pra quê tentar esconder ou preencher o vazio com perguntas que exijam mentiras como respostas? não foram duas, três, quatro vezes. perdi a conta de quantas vezes minha vista estremeceu querendo escorrer frustração. não minta pra mim dessa vez. só.. não minta. eu não sou inquebrável.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

the less you own the more freedom you have

estou adiando o sono essa noite. acho que ele não vai chegar de qualquer jeito. só consigo pensar em lugares distantes, em pessoas que não conheço, em praticar a falta de coragem. porque algumas coisas te consomem vivo, penetram sua pele quando você menos espera.. e são inevitáveis quando se vive em castelos de azulejos totalmente vulneráveis. falaria o contrário quantas vezes fosse preciso. e quem disse que sonhos são o que nos mantêm vivos.. estava totalmente bêbado.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

peace

jogo dados por você dessa vez. vai demorar muito pra que os exatos números se repitam. podemos esperar. posso tentar entender partes, mas nunca vou conseguir sentir o que te fizeram sentir. não há maneira alguma de deixar isso simples, planificado. a única coisa que posso te oferecer agora são meus olhos, fugindo em direções inusitadas. se eu sinto o pesar nos meus ombros nesse agora, imagino o que você deve ter sentido em todo esse tempo. mas a gente espera. a gente espera que novos sóis comecem a raiar depois de todas essas madrugadas.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

shadows

isso não é pra ser profundo. mas minhas mãos estão sujas de sangue seco. passei elas sobre os meu joelho esquerdo, cortado. não resta mais tempo pra mim. me afundei em protocolos, burocracias, demandas, esperas. meu machucado se torna juntamente comigo uma espécime de problema menos urgente, menos importante. daqueles que a gente adia sem ao menos repensar. beijo filtros de cigarro, beijo o chão, guardo as mãos geladas no bolso até que chegue a hora de usá-las. não tarda. o mais irritante disso tudo é eu tentar achar a importância em mim. ela parece se esconder por entre sombras, fazendo jogos psicológicos insuportáveis. ao cansar de procurá-la, fico no mesmo ideal: deixar os machucados pra depois. sempre pra depois.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

something in the way

falo pouco. e o pouco que falo faz pouco sentido. ouço pouco e forço sorrisos em respostas ao que foi dito e não entendi. minha mente se enterra em entranhas desconhecidas e profundas, cansando. cansando os olhos, os sorrisos, mãos que passam pelo meu ombro e consolos vazios. sempre esperei que eu fosse mais que isso. mas o que faz de alguém ser ou não ser nesse mundo é o que se tem. e eu tenho pouco. na verdade, quase nada. e ofereci muito, rasguei minha pele demais. sei que amanhece mas feche as janelas. sequer agora espero o sol. me desacreditei de tudo. não aceito qualquer coisa que vier. não espere mais nada de mim. eu mesmo não espero mais nada de ninguém à muito tempo.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

onde

alguém me amarra, assim.. depois acaba. e é sempre assim: tudo me encara. e eu.. quero voltar. mas pra onde eu vou? a casa se esconde de mim. me diz onde.. longe. já nem sei voltar. um dia eu vou te encontrar. já nem sei voltar mais.. um dia eu vou me encontrar.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

got bruises on my knees for you

não peço ajuda dessa vez. afogo calmo. lúcido, sozinho. afogo de olhos abertos, filmando as últimas cenas. esquecendo dos primeiros detalhes. de todas as outras vezes que isso aconteceu. e de todas as maneiras que diferem essa vez das outras. não peço moedas, lembranças, não peço amor, não peço carinhos. não peço nada. quero ser embalado tranquilamente pelas tórridas correntes marinhas, tempestuosas, gélidas. não abaixem os olhos. o horizonte guarda muito mais do que um dia pude mostrar.