terça-feira, 1 de dezembro de 2015

brother

essa é pra você que me elucida, que me surpreende, que me faz rir, que me escuta e que me aconselha. 
essa é pra você que está comigo, que faz questão, que anseia pelo que eu anseio, que compactua com as minhas doideras e que compartilha o pão, textos, entorpecentes, momentos de tristeza e frutos de realizações, sejam elas coletivas ou individuais.
estarei sempre na primeira fila para aplaudir suas conquistas, presente pra administrar os perrengues, pronto pro que der e vier. 
obrigado por fazer da minha vida uma jornada cada vez mais incrível a cada dia que passa.
é você que faz toda a diferença.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

baroque

I used to be so much more tolerating. I remember when I walked around the city with a bunch of kids and some bottles of vodka and felt free. I think I spent so much time thinking I was actually free that I never got even close to tasting what real freedom is like. And I lost so many things on the process. When I look back at all the shit that happened, I realize that the losses overcame everything that I got to win. I tossed away the love of a girl who made me feel special and wanted, and until today I can't forgive myself for doing so. I'll never make peace with that. I've learned to carry own and to distract myself from my own bullshit. When I look at myself in the mirror, all I see is a dork. My lips curl down as I disapprove the mind state I locked myself in years ago. I feel trapped by my own mistakes, as they are so intimately mine. I don't miss being irresponsible and not aware of what I believe in. It felt much more empty inside, but at least I was cool with the idea that eventually, at some point, I could be happy. 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

great silience

maybe one of the reasons that justify my excessive need for nostalgia is that I can't stop romanticizing the past. I remember how it felt good to be in love on a sunny afternoon, wandering around town, singing songs and smiling at trees. Now, for most of the time, I hate having to be here. I feel like I'm this eternally distorted standstill, who speaks of the past with shining eyes. And when I stop and think about it, I realize there are a lot of things I used to be familiar with. They're either feelings I gave up on or places that I don't remember how to go anymore. I've come to the terrifying sense that, throughout the years, I kept losing pieces on the ways I chose to take. And when I realized they were all gone, I was already too far away from where they were lost. The only solution I found was to fill these empty spaces left by them with cement, taking a deep breath and try to let that awful feeling go. Will I ever stop working on it?

sexta-feira, 12 de junho de 2015

there is nothing left

I’ve always tried my best not to hurt anyone. And I’ve always tried to just be honest and be myself, and sometimes that’s not good enough. But I’m at the point where I’ve realized I’m done waiting around and I’m done fighting for something that will never come. When there’s a bad piece that won’t fit the puzzle, sometimes the only way to fix that is to throw that piece out and find a piece that works. It’s easier said than done, but when you find it, everything changes.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

what happened

eu sinto falta de ocupar certas esquinas e me dar à certos luxos que eu costumava me dar. era muito bom poder espaçar-se no desconhecido, e tudo parecia lindo visto por fora. eu ainda me lembro do curvar do vento por entre os edifícios, tornando-os uma navalha do frio, da chuva, de todas as tempestades. agora estou de braços dados com a realidade, com a estabilização e o progresso. eu quero poder querer mais de mim, e esta é uma das chances que eu quero me dar. faço de mim a morada do que já foi, mas quero ser um reflexo do amanhã que se movimenta com o inclinar nos objetivos - oscilando conforme o grau de dificuldade. eu quero poder estar presente. eu quero poder ser.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

young

os últimos dias passaram em segundos, enquanto me perdi entre salas que oscilaram, frases trocadas e olhos vermelhos. foi particularmente estranho ter me notado vivo e inóspito tantas vezes, sendo um mero espectador em muitas delas. esse é o ponto em que as coisas tornam-se mais complexas, onde tudo desmembra e se come cru, se ouve a verdade e nada transita na incerteza da existência - tudo o que é e o que não é se torna distinto de uma maneira violenta. abrem-se as cortinas da mente enquanto eu ofereço os braços expostos ao léu do destino. só me resta aceitar. e eu aceito, sem resistir.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

coherence

fui banhado pelo ceticismo ao me forçar a ver mais além. o efeito colateral das respostas aos meus questionamentos não se resume apenas na aquietação da mente - muitas vezes, ele se materializa em forma de decepção. deixo os olhos baixos porque me parece que já não se há nada acima pra se olhar. desviar o foco só me potencializa a ociosidade, já que não me parece que não estou perdendo nada. pelo contrário, na maioria das vezes, eu não me sinto vitorioso. tudo acaba se resumindo numa questão de perder menos, ou de se colocar menos a perder. talvez seja por isso que me amarro à certas convenções, minimizo os acasos e acompanho os desdobramentos. sinto que hoje em dia já aceitei certas coisas da maneira como elas são, e respeito a existência delas. eu ainda quero ser provado o contrário, mas eu já não anseio por prova alguma mais. 

domingo, 15 de março de 2015

crush me with the lie

enquanto eu me esforçava para tornar minha mente em um calabouço de ideias, treinando-a pra afastar a insurgência de algumas verdades mantidas em cárcere, outra parte de mim procurou incessantemente por novos significados, novas rotas, novas ideias. sento aqui agora com todas essas novidades empilhadas no canto do meu quarto, enquanto hesito, titubeio, vou de um lado para o outro tentando não perceber a presença do que de alguma forma sucedeu quem eu sou agora. talvez a pior característica das palavras seja a capacidade de tornar o passado imortal, movendo-o como ondas que, num movimento incessante, beijam e recuam das bordas da mente. essas são barreiras de fumaça que eu já desisti há muito tempo de tentar transpôr ou derrubar. mesmo que eu as mantenha numa espécie de asilo da consciência, sei que elas me acompanham, dando tom e cercando minhas direções. saber disso me impede de assentar, pois torna a consistência de qualquer tipo de paz no mínimo duvidosa. isso faz do futuro algo ainda menos tátil, e de qualquer constância um ciclo inflamável. estou colocando os últimos pontos finais na minha loucura. acho que ainda não é tarde demais.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

among dreams

chegamos à certas conclusões por motivos totalmente concretos. elas dançam ao vento com o destruir causado pelo caos, e arrastam-se sob a poeira que assenta cobrindo as cenas de tragédia ao seu alcance. e por mais horrendo ou devastador que seja, toda a destruição é o anunciar de uma nova era. jamais nada será o mesmo. o recomeço mais legítimo é aquele que parte do pressuposto de que há uma verdadeira renúncia de grandes hábitos e verdades que se faziam parte de uma realidade já vencida - talvez, se jogar de um precipício de livre e espontânea vontade por ter simplesmente sentido a necessidade de recomeçar não tenha o mesmo poder. ela é um produto imediato de inúmeros desencontros, desentendimentos e tragédias que te socam o estômago até você não conseguir respirar mais. é a necessidade de escape que tem todos os seus fins justificados que a legitima: ela dói em todas as partes da vida. mas, de resto, tenho que deixar aqui o meu brinde à tragédia. 
ela é necessária à arte.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

aiming too high

encharquei a linha amarela que separa o trem da plataforma com lágrimas. elas despontaram quando eu acabava de cruzar a avenida, e me acompanharam por minutos a fio, desaparecendo assim que a primeira figura conhecida apareceu no cenário, me pedindo pra respirar e afagando meu cabelo devagar. aquietei a mente e deixei os olhos à espreita, sentindo o espreguiçar de todas as minhas veias. a ânsia provocada pela conclusão de que todos os caminhos que me obriguei a tomar tenham se tornado nefastos pesadelos quase me empurrou em queda livre do décimo terceiro andar. mas talvez ainda exista um porquê. olhando pelo outro lado, inúmeras vozes silenciaram hoje. entre elas, notavelmente a do meu desespero foi a que nunca mais disse nada. por ora, todas as perguntas que eu ainda tinha pra fazer já foram respondidas. silencio em mim. logo logo o chão da plataforma estará livre de mim também.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

but

I've been having my share of freedom for quite a long time now. I remember that I used to look forward to the day I could actually do whatever I wanted to do, and go wherever I wanted to go without any kind of restriction. and then, when freedom finally came, it stroke me out of nowhere, leaving me unarmed and barehanded - but most of all: free. I didn't know how to manage it at first, so it's pretty clear that I fucked up things big time repeatedly until I figured out how I could keep all kinds of consequences to myself. it took me sometime to figure out that you can always cross some sort of line and screw things up even when you're free. and how is that line even drawn?. I've been wandering around these places, you know, trying to listen carefully to every single word that my friends spit out, trying to find some kind of answer or empathy towards my recent thoughts about my so-called freedom. But then again, I always come back home mentally empty and isolated. It's frustrating - to say the least - to watch how people imply the conclusion that they're also free when they draw an opinion or a plan, but they never try to go deep into it. they never question anything about their personal freedom itself - it's just there. am I the only one who's crazy enough to care about it?  I just can't stop asking myself why. I just can't.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

answer me

queria ter a capacidade de falar certas coisas em voz alta. mas existem diversas coisas que me impedem de torná-las reais e concretizá-las em alto em bom som. é muito arriscado construir a ideia de algo que foi vago. sinto que se eu abrisse a porta, jamais iria me contentar com apenas uma pergunta a se fazer. seriam milhares delas que escapariam pelos meus dentes, frutos de uma mente doente por respostas. elas se tornariam uma espécie de vício, emendando-se umas as outras e formando um emaranhado confuso, que logo desistiríamos de entender e partiríamos cada um pro seu lado mais uma vez. é frustrante ter que aprender a conviver com memórias que transcendem a distância temporal entre o agora e o que já passou. elas são fantasmas que me fitam de longe nas esquinas, me olham passando pelos vidros das janelas, tentam sussurrar frases soltas na plataforma enquanto espero o trem. a último sinal claro que tive de você dizia "apenas vá". queria que você entendesse que eu estou tentando deixar ir. mas não cabe a mim decidir isso mais.