seus olhos se encontraram com os meus ao vislumbrarmos de longe as sacadas espelhadas com vidros azuis. ainda lembro do cheiro de carpete e de manchas de vinho no chão. a simplicidade das noites que caiam fáceis contrasta agora com o barulho da arma que estrala ao se preparar para atirar. nossos antigos cenários se despedaçam na minha mente como fotos que pegam fogo rápido demais: as imagens derretem e se contraem, e por mais que elas lutem contra a chama que se alastra, acabam perdendo a luta e dando lugar ao mais insignificante dos vazios. as ameaças se aproximam conforme os cômodos começam a cheirar a pavios que queimam. e eu sei que não restará outra alternativa a não ser fincar meus dedos contra a pele e te entregar tudo o que resta das minhas veias. por enquanto, me pego preso a nós atravessando ruas nojentas enquanto agonizo em silêncio no banco detrás. e dentro da minha cabeça, ao virar os olhos, sussurro devagar para o sol que se põe trazer na manhã seguinte todas as conclusões que eu simplesmente não pude te dizer.
quinta-feira, 30 de maio de 2013
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