de alguma forma estranha, eu me senti menos atingido ali. eu já não pertencia às últimas cadeiras do balcão de uma padaria quente, mas algo me disse que era ali onde eu devia estar, nem que fosse pela última vez. eu me despedi da rua que subia até a nossa esquina e dos muros amarelos. senti como se eu houvesse fechado um ciclo, e ter feito isso não me parecia mais tão aterrorizante. deixei aberto os caminhos para que eu pudesse caminhar para longe de tudo daquilo que era nosso, e surpreendentemente, ele me apareceu de volta pra me acompanhar nessa jornada. seus olhos desviaram das pessoas que passavam e o cumprimentavam na rua, e mesmo olhando pra longe, eu sabia que ele me conhecia. ele conhecia cada centímetro da minha conturbada existência e lutava com as palavras pra poder voltar a um assunto qualquer que discutíamos. podem me chamar de maquiavélico, mas era justamente isso que eu esperava que acontecesse quando rasguei as mangas da minha camiseta nova e fui o encontrar. o futuro pode ser incerto, mas sobre esses últimos dias: eu já sabia que eles iam ser assim.
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