eu me segurei às minhas últimas memórias e as deixei partir no mesmo segundo em que percebi que minhas mãos estavam banhadas em sangue. eu sempre soube que depender de qualquer pessoa que me fosse tão externa era uma prática extremamente perigosa, mas nunca consegui deixá-la totalmente de lado por nunca ter colhido frutos ruins dessas relações. sempre saí com alguma bagagem que equivalesse a perda. mas dessa vez as coisas saíram totalmente do controle. parte de mim partiu meses atrás e, mesmo depois de todo esse tempo eu ainda não consegui recuperá-la. talvez eu nem chegue a ter o mínimo dela de volta. eu estou aterrorizado por ter concluído de forma tão recorrente nesses últimos anos que alguns dos laços que cultivei hoje são tão inquebráveis que, mesmo que o cenário seja tão diferente, eu simplesmente não consigo evitar a sensação de que mais cedo ou mais tarde eu venha a ficar sozinho de novo por não ter conseguido praticar o desapego. sinto que antigos complexos emergem dos cantos mais sombrios dos medos que consegui enterrar em mim anos atrás, só que dessa vez, o contra-ataque dos meus pesadelos se aproveita do total descontrole dessas situações pra me derrubar. e agora não há mais nada que eu possa fazer a respeito. tudo me parece fora do meu alcance pela primeira vez. reviro os olhos antes de me afundar na minha cama mais uma vez. eu não sei até quando eu vou conseguir flutuar nesse oceano de incertezas, mas algo me diz que o fundo desses mares não me parece mais estar longe demais.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
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