domingo, 26 de junho de 2011

i'm the fury in your head

a pintura da parede descasca no mesmo ritmo em que me aproximo das palavras certas, alternando entre o lento e o repentino. afundaria na mesma floresta de galhos quantas vezes fosse preciso. diria adeus a quem quisesse sem hesitar. nada disso nunca adiantaria. a pele esquentaria a toa. nenhum dos caminhos a serem tomados me levam pra onde eu realmente quero chegar. a varanda está fria demais e a única coisa que me resta é sentar aqui e olhar as luzes banhando-se na fumaça interminável dessa noite desnecessária.

sábado, 25 de junho de 2011

dash against darkness

as luzes turvas pareciam ser tudo, menos ameaçadoras. tocavam as curvas suavemente, tingindo a pele de amarelo nos pontos mais altos, resguardando as sombras para quando se ria, de cima para baixo. assustadoramente compreensíveis, dotadas de uma lógica racional, fácil. quebravam as aberturas na janela, momentos antes de dormir. os corpos dormiam, os braços dormiam da ponta dos dedos até o começo do ombro, mas os olhos não dormiram. a mente não dormiu. girava demais. suave, se escondia no silêncio, assustada, frágil. a preservei até adormecer totalmente, após o sorriso leve, inocente. a sutileza do caos fechou meus olhos com seus dedos frios, e adormeci, até o amanhecer nublado.

domingo, 19 de junho de 2011

do it without me

todas as cores já foram reveladas. contrastam com o céu, cansadas, partem como pó em um movimento aleatório em direção ao nada. encontram novas luzes, novos abrigos, enquanto se destacam do ar, independentes, frias, sólidas. já se sabe tudo o que se quer fazer, aonde se quer chegar. não se sabe como, mas mudaram as palavras de lá pra cá. são borboletas estomacais de quem abraça alguém sabendo que jamais será daquela maneira. sinto falta. e tenho que fingir que não. porque as pernas ficam enfraquecidas demais.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

untitled

venho por meio dessa comunicar fatos antecipadamente. longínguos, soam calmos dentro de mim. formam ambientes caóticos nos olhos de quem os vêem. levantam poeiras quentes em estradas de terra, que contornam morros pelos caminhos mais distantes. onde desaguam águas frias e as nuvens são densas. alimentam um desejo de desapego, perda de tempo, de olhar para trás (mesmo que se olhe para frente). onde se evapora com o simples objetivo de evaporar.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

i went for a walk

acabei nos mesmos carros. abandonei velhas vias e velhas vistas, guardavam passado demais. sinto o oxigênio fluir tranquilo quando expiro agora. leve, consciente. com um resquício insignificante de desconfiança. a cabeça cai para os dois lados, fugindo do sol. não existem sequer pensamentos, sequer reflexos. agora, nada existe. nunca fui tão feliz com tão pouco me dado de volta. posso assegurar que dessa vez não estou simplesmente fingindo. agradeço por tudo isso ter se tornado real. sons reais, palavras reais, movimentos reais, sem devaneios. dessa vez, não tenho medo de ir além, pois os limites já foram marcados. a água se movimenta conjuntamente com a minha mão na superfície, e é isso. é isso, o real, apenas o real e nada mais.