falo como um de nós, por todos nós. não há quem culpar. os fatos já foram todos escondidos, apagados. deixaram cinzas das bordas de inúmeros papéis queimados pelo meu quarto. algo se curva sobre mim projetando sombras que vão além de onde estou. só não queria estar aqui agora. talvez nunca realmente quisesse estar aqui. sinto cheiro de facas sendo afiadas, de amanhãs incertos, de faces que apodrecem, de mãos que se soltam uma das outras quando o que vem por baixo pede socorro. queria estar imerso no mais completo nada. seria melhor do que ouvir todas essas portas se fechando, todas essas palavras afiadas, todas essas quebras. seria melhor do que recolher todos esses cacos. fazia frio demais no canto do banheiro, e os olhos velavam a porta com um medo real de quem pudesse abrir, ou do tempo que levaria para tudo aquilo se tornar menos pesado, menos interminável, menos impossível. sou tudo o que posso ser agora, mas não sinto como se estivesse sendo eu.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
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