eu odeio o jeito que você rodopia em uma perna só e a maneira que seus olhos brilham refletindo a lua quando já é tarde demais. eu odeio que esteja frio demais aqui em cima, e de lamentar por nada, do jeito que lamento por nada mais. eu odeio não poder cortar os olhares, despistar as casas e te ver longe, entregue. odeio que as veias não transbordem mais nada de mim.. não consigo mais ver nada do jeito que via antes. as luzes se perdem na minha visão, os olhos, inquietos. onde ficam os planos e resoluções em meio a todas essas mentiras? o gosto amargo domina os lábios inferiores, enquanto a cena continua em mim. se fui para qualquer outro lugar, não faz mais diferença alguma. porque agora, o que eu mais odeio é ter ido longe demais.
domingo, 30 de janeiro de 2011
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
what are we coming to?
as veias batem em contagem regressiva, bombeando em canais que se espremem cada dia mais. não é raro senti-las batendo contra a pele, querendo explodir. de qualquer maneira, isso não foi surpresa pra ninguém, muito menos pra mim. já sabia que tudo isso viria ladeira a baixo uma hora ou outra. e não existe mais ninguém que possa ser culpado. tudo afunda devagar, e eu permaneço imóvel, gelado, em baixo da chuva, do lado de fora da janela, vendo todos vocês lá dentro. longe demais.
sábado, 15 de janeiro de 2011
some of the saddest riverside kids
vejo o passar das sombras que os corpos provocam contra o sol passando, correndo. o morro parece fácil demais, quaisquer que sejam os sentidos que você o encara. são eles de novo, correndo. um sobe com a garrafa na mão esquerda, a direita segura um cigarro entre os dedos. provocam a gravidade num ritmo assustador, mas no fundo estão apenas em busca de um pouco de paz.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
sulfur
lave a noite, e arraste-a longe. sussurre todas as palavras que eu repito no meu ouvido. não faria diferença agora, aqui é pequeno demais. longe demais. nós somos longe demais. as pedras que se soltam no caminho do asfalto malfeito enquanto os pés arrastam no chão devagar, são só detalhes. são só memórias que se dissipam num amanhecer que esconde o sol por trás de nuvens e ventos ameaçadores. refaço o caminho que um dia trilhei, sugando o mesmo ar nos mesmos cenários. as palavras quebraram num silêncio perturbador. o mundo me quebrou. tudo está quebrado. não é o que foi, ou o que costumava ser, e depois de tudo.. faria diferença se eu dissesse que agora isso é somente sobre mim?
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
scars will heal soon
se eu pudesse eu explodiria a cena, queimaria as fotos. não faria diferença alguma. o que aconteceu, nada apaga mais. os dias deixarão as lembranças embaçadas, mas não mais que isso. estarão todas devidamente guardadas e perdidas em algum lugar. arrastaram-se em meio à brisas violentas, frias. rodopiaram frágeis. dando passos no ar pra o mais longe possível de mim. do meu quarto, voaram todas de trás do armário, o vento invadiu o esconderijo embaixo da cama. o mundo, o destino. levaram todas elas, de quem não sou mais, de quem silenciou subitamente da maneira mais singela.
sábado, 8 de janeiro de 2011
stand still, once again
as luzes do carro que batem contra a janela, iluminando a sala toda. e mais uma vez, olhar pra baixo e se perguntar o que tiraria aquilo do peito. a chuva molhou as pontas dos dedos, apoiadas no parapeito, com os pulsos totalmente entregues. eu arranquei da porta a foto que acidentalmente colei. em meio a todos esses alarmes desesperadores, o que restou nos cantos da casa? restos de palavras, quebradas ao meio, que sequer foram ao menos terminadas. nada disso realmente acabou, só está indo fundo demais, perdido dentro de mim.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
so tell me where the point is
se posso escrever, chorar, correr pelas escadas como fiz momentos atrás, revirar memórias que se perdem no meio de toda essa aglomeração. o que faria sentido? o que seria eficaz? agora digo que nada poderá me fazer voltar ao jeito que as coisas foram. não é tarde demais, é simplesmente inviável, impossível e inescrupuloso. qual seria a razão de todas essas frases sem sentido algum, justamente agora? tudo voltará da mesma maneira que foi pra vocês? tudo lindo, adorável, cheio de amor? nada disso me envolve mais. perdeu totalmente a coerência. e não é dor, não dessa vez. são só os balanços recorrentes das ruínas da raiva que restam em mim, são só cenas, votos, promessas. são só esperanças que me lembram que a unica maneira de um dia voltar a ser feliz, é mantendo a consciência, resguardando a prudência e a defesa de guardar tudo pra mim.
domingo, 2 de janeiro de 2011
there's no one else around
e nada virá fácil, por sorte ou de graça nesse ano que começa. sinto saudades dos meus amigos. ainda que tudo esteja calmo, algo se remexe dentro de mim - querendo sair. algo novo, desconhecido, forte. e cairia facilmente por andares. se sentiria voando, livre, completo, despreocupado. mas pra mim, agora, falta algo. falta amor. pra onde foram as rosas, as folhas que espalhavam os mais diversos cheiros nas árvores quando passávamos devagar na rua, à noite? foi tudo ilusão? foi tudo irreal, desperdiçado? é muito cedo pra dizer. cedo demais. tão cedo, que ainda não faz a menor diferença quaisquer sejam as respostas. são só os primeiros dia do anos, as primeiras horas. as histórias sequer começaram a serem escritas. algumas coisas vêm desnecessárias. e o que me fará, o que acontecerá, nada cabe a minha imaginação. seria muito ruim se eu dissesse que tudo acaba mal? e que tudo está no futuro, perto demais.
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