domingo, 30 de março de 2014

met before

que a verdade seja dita: todos nós estamos caminhando sobre cacos. antigos relacionamentos, paixões não correspondidas, famílias que se entendem mal. sempre irá existir algo complexo ou doloroso demais que nos estanca e nos obriga não a resolvê-los, mas sim a os colocarmos nos cantos mais inóspitos da nossa memória na vaga esperança de esquecê-los. existe algo de perigoso neste reposicionamento das cenas, porque ninguém jamais pode garantir que qualquer faísca saia do controle, acendendo antigas chamas e iluminando tudo o que nos fez passar dias e semanas em claro até finalmente conseguirmos apagar as luzes para não os termos que encarar mais. tudo o que diz respeito às lembranças foge inteiramente do meu controle. talvez sejam as cores fortes que pintaram cada quadro, cada som que deu tom aos momentos, cada palavra no final de frases que eu jamais esperei ouvir. algo me impede de deletá-las por completo. o que me resta, então, é andar sob esta linha perigosa, e aprender a contemplar toda a beleza por trás da incerteza dos fluxos da mesma maneira em que eu costumava me perder na minha paixão por cada momento que passou.

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