2013 - epilogue
"tenho muitos amigos, mas são apenas as paredes do meu quarto que sabem de todos os meus segredos. já as entupi de palavras roxas há muito tempo atrás. e quando a densidão em que me acumulei começou a retrair a luz e a chicotear para fora da janela, eu as tive que mudar. descasquei todo o acúmulo de tristeza e joguei-os ao vento. antes que eu pudesse perceber, meu quarto amanheceria azul. mas não qualquer tom de azul. as paredes tornaram-se embalsamadas de tristeza e eletricidade, abrindo os olhos de todos que realmente as observassem. quem olhar bem, e chegar a ver o fundo das frases e acompanhar a singela coreografia das linhas (que se acumulavam, cruzando-se e se dissipando no espaço, criando guias e direções impossíveis de serem seguidas), saberá o que eu sou. os mistérios de mim estão todos expostos e visíveis agora. olhe fundo e siga-os até o final mais uma vez."
2014-prologue
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