terça-feira, 22 de maio de 2012

and when it's gone, oh it's gone.


































as músicas já não me soam da mesma maneira, e com o olhar pregado no vidro observando o passar das luzes e completamente invadido pelo descaso, eu consegui notar a ausência quase que definitiva do que eu achei que nunca ia passar. com o olhar pregado ao vidro eu sabia que algo tinha mudado. sonhos já não eram os mesmos. meu coração não batia mais forte com o chegar da noite. meu estômago não se embrulhava com palavras vazias. eu esperava quieto e relutante por abraços cada vez mais breves. tirei a alma mas não tirei o resto. e nessa transação muito sangrou, mas eu não me deixei levar. preenchi lacunas e dei pontos finais em reticências segundo as minhas mais simplórias conclusões. sufoco devagar, na última cabine do banheiro. sufoco agressiva e suavemente minha vontade de sonhar. vou fingir que acabei de acordar atrasado e ainda se houvesse muito a se viver. não tenho tempo pra hesitar. vou fingir que isso foi apenas um sonho cujo desfecho sucedeu uma noite com gosto de suor vivida em um quarto claro numa casa alta, que você aliás pode ver sem esforço nenhum da janela do lado do lugar onde você costuma sentar. e mentir fez do resto todo um milhão de vezes mais complicados. e peguei minha história com minhas mãos e a deformei até as letras ficarem totalmente ilegíveis. recorri ao mais egoísta dos artifícios. mas no final das contas, quem começou tudo isso foi eu. e isso não me soa tão horrível agora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário