olhei devagar a vista da varanda como se fosse a última vez. tudo me parece breve e eu prefiro que seja assim. quero ficar aqui pelo o tanto de tempo que der. não aguento mais ter que sair de casa e ficar cara a cara com a realidade. ainda se tem muito o que fazer, mas eu estou apenas arrastando o dia, levando as horas, deixando tudo vazio. estou esperando o próximo soco na cara. peço que venha logo, e que venham muitos. eles já estão me soando doces, o gosto amargo de todas esses desgostos assentou - assim como o cigarro e o café. levou algum tempo pra se acostumar. mas agora em que nada mais faz diferença, vá em frente. me deixe cheio de roxos pela sarjeta. vá em frente. eu não ligo mais.
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