sexta-feira, 25 de março de 2011

this song is about you

queria que tudo se caísse sobre as minhas mãos, como costumava cair tempos atrás. o dia não me dói mais. o que dói é levantar e ouvir a música que embala os acontecimentos sincronizados, o cair dos corpos na cama e o balançar na ponta dos pés no ponto mais alto, contrastando com o horizonte empoeirado mais além dali. o buraco que se abriu na minha consciência parece sugar tudo mais uma vez. pois queimaram-se as cordas que seguravam todos nós. e as coisas voltaram a cair em direção ao chão numa velocidade incontrolável.

sábado, 19 de março de 2011

mess and failures, we love it

não pararia o que uma vez, ou se ao menos me poupa o trabalho de imergir da mesmice, pelo menos os olhos ainda giram da forma com que sempre giraram: cansados, translúcidos, vazios. traga de volta a nuvem que suportava o meu peso. não me recordo onde a deixei. e em todas essas ruas desertas, em toda essa grama que dança contra o vento, por favor, me conforte dizendo que em algum lugar existe dor maior que essa.

domingo, 13 de março de 2011

are you still warm

em meio aos músculos que doem, ainda existo. quase que nunca visível, porém, presente. mesmo quando você atirou mirando no espaço entre estrelas, no meio da noite, silenciosa. acabou escorregando pelos dedos da mão esquerda, misturando-se a escuridão e partindo para qualquer lugar além dali. existem coisas mais importantes que devem ser resolvidas, não é? mais urgentes, mais especiais, mais nobres. eu entendo. eu sempre entendi. o que era tão simples ali, de manhã não fazia mais sentido algum. mas fui eu. fui sempre eu, procurando algo digno e importante, que me fizesse permanecer onde estive, onde permaneço, e permanecerei por tempo demais.

sábado, 5 de março de 2011

this is lovely lovely lovely

minto se estiver dizendo que não doeu. de qualquer maneira acho que isso não pode ser mais levado em conta. nos movemos fragéis, arrastando mundos sobre os ombros. podia imortalizar a insanidade de tempos atrás. seria mais seguro, menos desesperador. seria tudo ao mesmo tempo em que faltaria algo. esses contrastes já não me assustam mais. são águas já mergulhadas, grudadas no corpo, invisíveis. nada evaporou de mim. se os olhos ao menos estivessem fechados, teria tudo sido diferente. eu já perdi minhas chaves. já fui longe demais. um dia quem sabe talvez, nos encontramos em lugar algum e nada passe dali nunca mais.