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sou infeliz. não escondo, não arrependo, não temo dizer. a culpa não é de ninguém. sou um dialeto que ninguém traduz. meus ombros ocupam espaços que se direcionam ao vazio. olho por cima de um. olho por cima do outro. não vejo ninguém. não vejo ninguém que me tente, não olho as palavras. corto-as. procuro a essência de você. jogo-as no mais remoto canto do meu quarto, onde elas pareceram criar uma espécie de comunidade, divididas em pilhas e pilhas. pretendo entregar todas elas a você. porque você soma tudo e imediatamente me foge, escorre pelo ralo. sei bem seu nome, mas quando olho pelos ombros, não vejo ninguém.
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