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ontem, eu comecei a descer a rua de bicicleta.. o vento contra mim, como de costume. abaixava a cabeça pra proteger o meu olho, e soltei os braços - deixando tudo aquilo me levar, pra trás, me entregando ao acaso de um modo incomum. em poucos segundos, eu fiquei sujeito à um infinito de possibilidades: eu poderia cair, um carro poderia surgir de uma garagem e bater, ou o nada - o eterno desconhecido. deixei os céus me guiarem - o destino exposto, em alguns instantes da minha vida.
quando eu voltei a realidade, não hesitei em decidir de tentar prolongar todo aquele sentimento de liberdade e fiz o que eu sempre quis fazer: andar sem destino, sem escalas, sem compromissos - sugando o máximo que posso de tudo que eu vi.
por um segundo, poderia jurar que tinha a resposta pra tudo. pro nosso amor, pra minha vida.
mas ela voou com o vento que batia forte contra mim, sempre - infinita, perdida. esperando algum dia ser encontrada.
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