estou me atentando às faíscas que saltam de você. brilham geladas no seu olhar, repousam suaves sob os meus ombros com a tua voz. nascem e vivem brevemente, morrendo rápidas e singelas. algo me impede de desviar o olhar das luzes que as incendeiam, e acabo por fim acompanhando todo o processo até que elas desapareçam junto á poeira. acabo perdendo tudo o que você diz nesse meio tempo e tento voltar rápido a realidade dizendo a primeira coisa que me vem á cabeça. geralmente não consigo endireitar as palavras e você as aceita, mesmo tortas, abrindo um sorriso no canto da boca ou um olhar de surpresa apaixonante. o que me preocupa é a procedência desses pequenos raios de fogo. estou perdendo o sono ao sequer imaginar que eles possam ser, de alguma forma, anúncios claros de futuras tempestades - manifestações minimalistas de catástrofes. os desastres, imprevistos e a completa destruição são componentes do caos que permeiam as minhas histórias e que depois de tantas quedas tornaram-se acontecimentos corriqueiros. me perdoe por pensar dois passos à frente, mas eu realmente não consigo evitar. eu sei que com você existem grandes chances de que as coisas podem ser completamente diferentes. peço perdão de novo. não consigo evitar.
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