segunda-feira, 30 de junho de 2014

un-shatter

existem certas coisas que eu tenho vergonha de assumir. principalmente quando se diz respeito à fraqueza. mas sim, eu fui fraco por alguns segundos. você abriu mão de tudo num tiquetaquear do relógio. eu tive pouco tempo pra procurar algum outro sentimento e cedi. por mais que eu tenha tentado lutar, mesmo que pouco, não havia outra maneira pra se sentir. o ressentimento banhou minha mente e a visão ficou turva enquanto eu recolhia os pedaços de nós debaixo do céu frio de sexta-feira. o tempo parou de repente. pela primeira vez em meses eu não sabia o que falar e nada mais importava. o cenário ficou estático e as pontas dos meus dedos começaram a tremer. lembro que findei o momento antes mesmo que eu pudesse perceber. meus olhos vermelhos cerraram e eu voltei ao chão. tirei minha arma empoeirada da mochila e, sem hesitar, baleei todas as coisas boas que você despertou em mim. talvez eu tenha sido rápido demais no gatilho, mas ali, com os dedos apertando a blusa e a luz escassa, eu senti que eu precisava me libertar de qualquer coisa que começou em você e veio parar em mim. já se passaram dois dias e as suas palavras ainda me assombram. agora, elas já são muito mais raras no meu pensamento. perdê-las de vista me custou alguns tragos, me deixou de olhos baixos, me fez perder todo o ritmo do final da semana. hoje eu deito com a mente tranquila. talvez os restos de você saiam de mim pela manhã. já estou pronto pra deixá-los ir como deixei você ir também: em paz.

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