quarta-feira, 30 de abril de 2014

the act of leaving

é muito fácil se deixar levar quando não se tem nada a perder. no final de tudo, todas as complicações ficaram embaraçadas por entre meus dedos e eu não tive outra escolha a não ser incendiar todo o emaranhado de linhas. caíram todas no chão como se não pesassem nada e as deixei para que o vento as levasse. é difícil assumir que depois de todo este tempo, eu coloquei tudo a perder. cerro os punhos e os aperto contra o meu peito. tudo o que eu tenho agora é o que eu acredito. mas não sei no que acredito mais.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

½ loaded

por horas eu tentei não dizer nada. bom, pelo menos nada que fizesse sentido ou realmente importasse, mas eu pude sentir a adrenalina começando a esquentar todas as minhas veias. meus alvos estavam cada qual em seus lugares e meus dedos desciam pelos meus bolsos de trás. salvem-se. eu já perdi a habilidade de não me meter em confusão há muito tempo atrás.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

lust

algum estranho suor escorre pela pele que cobre minhas veias. desce gelado escorrendo pelos meus braços e assenta, espalhando-se no pulso. mal consigo reagir instantaneamente, mas repouso meu olhar um pouco mais para cima - tentando dizer o que o corpo atrasou demonstrar. e à noite, tudo acelera: as luzes cor-de-rosa das paredes cobrem ombros que descem as escadas rápido demais, as filas para os banheiros aglomeram-se junto às portas, enquanto eu escapo para a primeira que vejo. a luz fraca torna tudo turvo, e antes que eu possa notar, já estamos longe demais. as paredes verdes e você. ali nada mais importava. sorri com o canto da boca no metrô de manhã quando todas as memórias transbordaram pra consciência. logo sumiram novamente. eu sorri, envergonhado. isto é tudo que eu tenho agora.

terça-feira, 15 de abril de 2014

to be loved

todas as possibilidades do mundo se resumem em apenas duas quando se sofre. eu poderia chorar por dias. eu poderia fingir que nada aconteceu e fazer da dor alguma espécie de lar. estou lutando contra todas essas escolhas e construindo pouco a pouco uma opção diferente. transformo todos os ambientes em escapes em que eu não tenha nada além de mim mesmo e aprendo a amar quem eu sou e nada mais.