segunda-feira, 17 de junho de 2013

sad dreams

você invadiu meus sonhos na noite passada. lembro de você contemplando o chão, olhando pra baixo, sem dizer sequer uma palavra. qualquer reminiscência de nós me remete diretamente à você, a quem você é agora, em como você está, e ao que você anda fazendo. sinto o gosto agridoce do que fomos nos meus lábios quando as cenas voltam a correr na minha mente, e se alongam, indo e voltando no passado e no presente. nós somos esse ninho de contradições: fomos feitos um para o outro na mesma medida em que não fomos, nossos toques se eletrificavam e tornavam-se suaves ao mesmo tempo. fomos a lua que domava nossas próprias marés, deixando as ondas enfurecidas ao fim de todas as noites. me pergunto o que aconteceu para que o mar esteja tão tranquilo agora. a calmaria desse nosso oceano me incomoda e me alivia, e é justamente nesta indecisão que nos encontro novamente, nos repelindo e nos aproximando como os dois ímãs indecisos que somos. é esse vai-e-vem que me impede de partir, até porque, nem eu e nem você sabemos o que o amanhã nos reserva. e que caiam nossas cambaleantes pontes que nos ligam um ao outro, para que eu possa morrer em nós, finalmente em paz, cercado por um milhão de grãos de areia e sequer uma imagem de você.

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