sábado, 30 de junho de 2012

peace stains

as horas passam e me deixam na memória a sensação de que eu poderia ter ficado preso aos segundos por uma vida inteira. tudo o que me movia antigamente parece ter perdido o gosto, e quando nao, volto pra casa com leves gostos amargos. quero apenas previas do que acontece la fora. quero ver as cenas de longe da janela. quero demorar o quanto eu puder pra voltar.

terça-feira, 26 de junho de 2012

unattach, pt. I

eu tenho certeza de que as horas vão passar mais devagar quando eu voltar. tudo vai ter mudado. não existirão mais nenhum dos nossos pequenos alívios e meia dúzia de palavras trocadas, e nem o descer de uma rua escura que conhecemos tão bem. não vão existir pequenas coisas que fazem de todo o resto suportável. vou ser forçado a enterrar esta parte no passado, e deixar a cova aberta, porque o fim chega da pior maneira, me notificando que tenho que te deixar ir, parte por parte. e, amigo, minhas noites na escola nunca mais serão as mesmas sem você. 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

i thought i couldn't do this without you






































girei o momento e os olhos desviaram, rápido demais. talvez alguém tenha entendido a razão do repentino desvio de cena. e pela ultima vez eu estanquei o sangue na metade do caminho pra casa. tudo me soa como se fosse a ultima vez. já me desatrelo fácil demais. estamos fadados ao fim. e não dói, pelo menos não ainda. 

sábado, 23 de junho de 2012

(mrdylfkb)












































e o fato de que vocês sejam únicos me assusta, terrivelmente. doeria menos quebrar todos os meus ossos do que ter a certeza de que todos vocês vão embora. e eu vou embora, também. o pensamento de que talvez nada funcionasse e nada daria certo sem vocês aqui sorri sadicamente pra mim, desde a hora em que acordo ate quando me forço pra fingir que ele não existe segundos antes de dormir. nunca ninguém será igual. as melodias já soam como se fosse o fim. e quando vocês forem, eu os deixarei ao mar, como sempre fiz com todas as pessoas que amei. talvez algum dia a maré traga vocês de volta pra mim.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

throw my ashes into the sea











































estou cansando de palavras lineares, de dias lineares, de falas lineares, de lugares comuns. meus dias explodem poeira enquanto eu sucumbo palavras. e o que tem de ser dito, digo leve, como quem sussurra.  estou sendo massacrado pelas noções que me caem em poucos segundos. será que as pessoas que prevêem seu fim se arrastam assim? minha mente nunca cessa o seu estalar. e tanto eu, como ninguém, pode fazer nada a respeito. 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

play






































as facas não pararam de ser atiradas, mas parece que me tornei imune a elas com o passar do tempo, ou talvez eu tenha apenas me acostumado. e sinto falta de pensar que as coisas ao se desenrolarem seriam o fim do mundo caso eu não as controlasse. adrenalina. esse foi por muito tempo o combustível que me moveu durante os dias. agora parto na descoberta de impulsos menos quebradiços, parto em busca de razoes menos cortantes de se continuar. estou no meio do caminho esperando que cheguem. e sossego ao saber que parti, e anseio pra que expludam bombas de calmaria. tirei o resto de mim. prometo que dessa vez vou ser mais criterioso ao escolher ou descartar o que entra e sai de mim.  

oblivion




































irriguei minha noite com cervejas ora gratuitas e ora roubadas em bancos com cinzeiros, com luzes de neon. a cena girava entre pessoas lindas e fumaça. eu nunca pertenceria ali, como eu nunca pertenci a lugar algum - mas me permiti parar e sorrir. tirei a noção dos sentidos e parti de mim mesmo sem sair do lugar. sai do meu mundo e consegui retornar inteiro. estou aumentando as experimentações de doses que me lembram alguma cura. e depois de muito tempo, consegui sentir como se não faltasse nenhuma parte de mim.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

cupid de locke





















nem abri a janela do quarto mas vi como meus braços se estenderam sob o parapeito, tingidos de amarelo pelo sol. me senti bem ao poder concluir que depois de muito tempo, o céu azul e as nuvens cinzas encobriram superfícies que me pareceram suaves. fáceis. estendiam-se em campos claros, saindo duma rotina de linhas duras desenhando um maxilar, de vitrais listrados em cinza, de esperar por palavras que nunca foram ditas. agora tudo me parece etéreo, e me convence de que estou sozinho mas não tenho nenhum receio de enlouquecer. preciso de horas vazias pra me reencontrar. estava com saudade de mim. saudade de pausar momentos. saudade de ficar aqui. saudade de me sentir vazio e limpo, e de poder piscar os olhos lentamente. fazia muito tempo que tudo não acontecia tão lentamente assim. 

idle






































sinto o piscar de olhos sincronizado com o atar de nós, uma porta batendo e uma gota de café, ricocheteando o silêncio. incrível como as coisas simplesmente estalam rápidos acontecimentos. ficam planas e fáceis de seguir, como quem vive um segundo. só depois se vive o outro. pensar horas pra frente me deixa horas pra trás. só queria ter a certeza de que as coisas dariam certo. me calem antes de anoitecer. eu vou tentar engolir o suspiro que sufoca a garganta. ontem já partiu. alguns partem amanhã. eu vou ficar aqui, onde quer que aqui seja.

terça-feira, 12 de junho de 2012

metanoia

era como se a neblina tivesse descido, traduzindo as luzes e a maneira como vejo as paisagens de formas assustadoramente reais. meu coração doeu um pouco, de lado, perplexo. eu soube, assim que a pouca nitidez me impediu de olhar além. eu simplesmente soube que aquilo era o fim. sabia que a grandiosidade desse momento assentaria no meu olhar marcando mais um desfecho. mais um erro. mais uma partida. mais uma chance de recomeçar do zero. mais uma chance pra acertar. 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

it's gone and you're dead again

sinto como se os dias fossem preenchidos com a sensação de acordar de um sonho bom. a gente acaba, inevitavelmente, arrastando o fardo da realidade durante todas as próximas horas. o sinal mais forte de que eu deixei um mundo de sentimentos pra trás é simplesmente de não se ter mais o que falar. estou meio vivo esperando o fim. se maquiar fatos consegue despertar em vocês o simples ato de tentar, pois que tentem. não funciona pra mim. e eu tive que apagar o que havia escrito em todo esse tempo por não aguentar. não aguentar esperar por nada e não aguentar viver com o fato de que tudo aconteceu. minhas horas estão todas remendadas. minhas mãos estão frias. estou esperando o destino mudar minhas atmosferas. a chuva esta voltando a cair como pedra nos meus ombros. e eu não sinto. distorci a dor de todo esse tempo, e meu envolvimento se da apenas de maneiras frias. calculistas. estou confortável com o fato de não sentir nada mais, salvo pelo que ainda vale a pena. e convenhamos, obrigado por ser  pouco demais.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

idle afternoons


exploding

não sobra tempo e nem mente. mais do que cansado, estou exausto. e não sei onde, como, quando vou parar. preciso dar um rumo imediato na minha vida mas não sei por onde começar. não sei o que quero. não sei se dá pra ser feliz. estou cedendo a inércia. mais do que perdido, estou sem chão. e ninguém pode me salvar de mim mesmo. 

terça-feira, 5 de junho de 2012

listen

time is drying my veins, and so are you.
switching between memories is killing me, and it's killing you as well.
you suddenly disappeared from my bed, clinging into something that doesn't even exist.
if it never started, it doesn't have to end, does it?
and time dries my veins while making my eyes overwhelm.  
and before you go, please don't make any promises. 
do not kill the rest of me that still exists.
just go.
please don't go.

why did you go away?

me encontre no final da rua, onde acabam os postes, onde acabam as horas. me encontre no final da rua onde nós acabamos. mas dessa vez, apenas dessa vez, não diga nada. me deixe sentir o calor do seu antebraço enquanto fecho os olhos e espero você ceder. me diga pela última vez que isso nunca existiu. e eu vou tentar ficar de pé. juro que vou.

domingo, 3 de junho de 2012

mgpp

em salas diferentes, no mesmo lugar, trocando meia dúzia de palavras numa noite que nunca acabou. a gente perde um ou dois com o tempo. as prioridades mudam, as ocupações, as dedicações. mudam os sonhos enquanto os planos migram de cenário. por mais forte que tenhamos atado esses nós, eles afrouxam com o passar dos dias, com o passar dos anos. a gente esquece por alguns segundos que eles chegaram a existir. mas o principio, mas no começo, tudo me preenche como se fosse hoje. arrepio ao lembrar do corredor gelado que sequer existe mais. agora tudo que temos é o mexer de camas distantes. e minha mente se consola ao invés de se revoltar, porque tudo tem fim. e fins sempre são amargos. e fins sempre deixam saudades do que passou. talvez um dia a gente se encontre na fila de algum supermercado, e vamos fingir como se tivéssemos nos visto por todo o tempo que passou. no final das contas, eu vou dar as costas e sorrir. sorrir porque sei que tive o que pude ter na hora certa, e aproveitei todos os segundos, do começo até o final. vou sorrir por saber que ajudei vocês se tornarem quem são. vou sorrir porque aprendemos tanto lado a lado, um do outro. um pelo outro. vou sorrir porque tudo foi grandioso demais, cada momento. vou sorrir porque, talvez não seja a melhor sensação do mundo, mas a saudade ainda vai conseguir me provar que dentro de mim, nós ainda somos aqueles amigos que vivemos tudo juntos - e a saudade, por mais derradeira que tenha sido, vai ter conseguido conservar o mesmo sentimento por todos esses anos. e por todos esses anos eu ainda vou amar vocês demais.

sábado, 2 de junho de 2012

duality









































eu tentei dormir quieto com a camiseta molhada mas eu simplesmente não consegui. minhas mãos cheiravam cigarro. minha mente está cheia de quadros e diálogos, e pela primeira vez em muito tempo eu me senti estranhamente nojento. cheirei minhas mãos mais uma vez. meu estômago embrulhou. estavam geladas como ferro. e na primeira ameaça da memória, me obriguei a atear fogo aos meus pensamentos. em poucos segundos vivi o dia inteiro de novo: o abotoar do botão do colarinho, o arder alegre de se sentir desnecessário, o derrubar de uma cerveja numa mesa inteira enquanto tomávamos conta do mundo la fora, o riscar na mao e a resposta da pergunta de quem tinha escrito "there's a thunder in our hearts, baby". agarrei a chance de me sentir único antes que os segundos a levassem embora. e levaram. como levam todo o resto. ninguém faz questão de nada. deito sujo na minha cama esperando adormecer.