enquanto eu me esforçava para tornar minha mente em um calabouço de ideias, treinando-a pra afastar a insurgência de algumas verdades mantidas em cárcere, outra parte de mim procurou incessantemente por novos significados, novas rotas, novas ideias. sento aqui agora com todas essas novidades empilhadas no canto do meu quarto, enquanto hesito, titubeio, vou de um lado para o outro tentando não perceber a presença do que de alguma forma sucedeu quem eu sou agora. talvez a pior característica das palavras seja a capacidade de tornar o passado imortal, movendo-o como ondas que, num movimento incessante, beijam e recuam das bordas da mente. essas são barreiras de fumaça que eu já desisti há muito tempo de tentar transpôr ou derrubar. mesmo que eu as mantenha numa espécie de asilo da consciência, sei que elas me acompanham, dando tom e cercando minhas direções. saber disso me impede de assentar, pois torna a consistência de qualquer tipo de paz no mínimo duvidosa. isso faz do futuro algo ainda menos tátil, e de qualquer constância um ciclo inflamável. estou colocando os últimos pontos finais na minha loucura. acho que ainda não é tarde demais.
domingo, 15 de março de 2015
Assinar:
Postagens (Atom)